sábado, 14 de novembro de 2009

Imaginário, extraordinário...

Diz-me, que mundo é este?
Um mundo que se descobre,
Um trilho que se faz,
Acções que se concluem,
Sentimentos que se consolidam...
Por agora esqueço a realidade,
Neste momento, viajo no imaginário,
Aqui não há normalidade,
Vivo no extraordinário...
É aqui me encontras,
É aqui que me confortas,
É aqui que me demonstras,
Esse teu coração,
Doce e sem portas...
A minha loucura,
Entrelaça-se na tua,
Sinto-me nua,
Em cada procura...
Beijo-te,
Quero-te,
Perco-me,
Entrego-me...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Se...

Se eu morrer antes de ti,
faz-me um favor:
Chora o quanto quiseres,
mas não te zangues com Deus
por Ele me levar.
Se não quiseres chorar, não chores.
Se não conseguires chorar,
não te preocupes.
Se tiveres vontade de rir, ri.
Se alguns amigos contarem
algum facto a meu respeito,
ouve e acrescenta a tua versão.
Se me elogiarem demais, corrige o exagero.
Se me criticarem de mais, defende-me.
Se me quiserem fazer uma santa,
só porque morri,
mostra que eu tinha um pouco de santa,
mas estava longe
de ser a santa que me pintam.
Se me quiserem fazer um demónio,
mostra que eu talvez tivesse um pouco
de demónio, mas que a vida inteira
eu tentei ser boa e amiga.
Espero estar com Ele o suficiente para
continuar sendo-te útil, lá onde estiver.
E se tiveres vontade de escrever
algo sobre mim,
diz apenas uma frase:
_"Foi minha amiga,acreditou em mim
e quis-me mais perto de Deus!"
Aí, então, derrama uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituída,
irei cuidar da minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando,
dá uma espiadinha na direcção de Deus.
Tu não me verás, mas eu ficaria muito feliz
vendo-te olhar para Ele.
E, quando chegar a tua vez de ir para o Pai,
aí, sem nenhum véu a separar-nos,
vamos viver, em Deus,
a amizade que aqui nos preparou para Ele
Tu acreditas nessas coisas?
Então ora para que nós vivamos
como quem sabe que vai morrer um dia,
e que morramos como quem soube viver.
Amizade só faz sentido se traz o céu
para mais perto de nós,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas se eu morrer antes de ti,
acho que não vou estranhar o céu...
"Ser tua amiga...já é um pedaço dele..."


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Por Ti...

Mais um ano, mais um dia...
Tu meu amor minha paixão
Por ti mato o cupido!
E que mais mataria eu
se fosse o que me pedisses.
Filhota, luz da minha vida...
Descansa... Ele tá mesmo morto!!!
Beijo doce da tua mãe.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Amor é...

"O amor é o sangue do sol dentro do sol.
A inocência repetida mil vezes na vontade sincera
de desejar que o céu compreenda.
Levantam-se tempestades frágeis e delicadas
na respiração vegetal do amor.
Como uma planta a crescer da terra.
O amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta.
Algo dentro de qualquer coisa profunda.
O amor é o sentido de todas as palavras impossíveis.
Atravessar o interior de uma montanha.
Correr pelas horas originais do mundo.
O amor é a paz fresca e a combustão de um incêndio
dentro,dentro, dentro, dentro, dentro dos dias.
Em cada instante da manhã, o céu a deslizar como um rio.
À tarde, o sol como uma certeza.
O amor é feito de claridade e da seiva das rochas.
O amor é feito de mar,
de ondas na distância do oceano e de areia eterna.
O amor é feito de claridade e da seiva das rochas.
O amor é feito de mar,
de ondas na distância do oceano e de areia eterna.
O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras.
Nascem lugares para o amor e,
nesses jardins etéreos,
a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente."

Perdoa...

Existem momentos em que o nosso coração não pensa,
apenas comete atitudes e diz palavras que ferem
e magoam as pessoas que nós mais amamos.
Palavras que como rosas têm espinhos,
ferem qualquer um que as possa ouvir ou sentir.
Espinhos que ficam cravados na pele de quem as ouve.
Para curar essas feridas é preciso que haja algo "mágico",
algo que só certas pessoas o sabem fazer.
Arrepender é a melhor forma de alguém pedir desculpa,
pelo largar de algumas "Palavras com Espinhos".
A quem eu feri só lhe tenho que pedir desculpas
e dizer o quanto amo e quero.
É contigo que quero sonhar é contigo que quero morrer.
És sangue e ar, és o meu coração, a minha vida.
És o meu sonho tornado realidade
e não quero nunca sair desta realidade que é de te ver sempre
pro resto da minha vida.

Adoro-te

Perdoa-me se tive atitudes ou palavras com Espinhos
que eu já perdoei as Rosas espinhosas que me ofereces-te.

No Ano que passou...

No Ano que passou:
Aprendi que, por pior que seja
um problema ou situação,
sempre existe uma saída.

Aprendi que é tonto fugir das dificuldades.
Mais cedo ou mais tarde,
será preciso tirar as pedras do caminho
para conseguir avançar.

Aprendi que não devemos julgar os outros
pois só nos estamos a defenir.

Aprendi que perdemos tempo nos preocupando
com factos que muitas vezes
só existem na nossa mente.

Aprendi que a hipócrisia é a arma
de quem não tem força para enfrentar a vida
e tem medo dela.

Aprendi que é necessário um dia de chuva
para darmos valor ao Sol,
mas se ficarmos expostos muito tempo,
o Sol queima.

Aprendi que heróis não são aqueles que
realizam obras notáveis,
mas os que fizeram o que foi necessário
e assumiram as consequências dos seus actos.

Aprendi que a má lingua
é a arma dos fracos e cobardes.

Aprendi que, não importa
em quantos pedaços nosso coração está partido,
o mundo não pára para que nós o concertemos.

Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém
nos trazer flores,
é melhor plantar um jardim.

Aprendi que amar não significa
transferir aos outros a responsabilidade
de nos fazer felizes.
Cabe a nós a tarefa de apostar
nos nossos talentos e realizar os nossos sonhos.

Aprendi que o que faz diferença
não é o que temos na vida,
mas QUEM nós temos.
E que boa família são os amigos que escolhemos.

Aprendi que as pessoas mais queridas
podem às vezes nos ferir.
E talvez não nos amem tanto quanto nós gostaríamos,
o que não significa que não amem muito,
talvez seja o máximo que conseguem.
Isso é o mais importante.

Aprendi que toda mudança
inicia um ciclo de construção,
se não esqueceremos de deixar a porta aberta.

Aprendi que o tempo é precioso e não volta atrás.
Por isso, não vale a pena resgatar o passado.
O que vale a pena é construir o futuro.
O nosso futuro ainda está por vir.

Então aprendi que devemos descruzar os braços
e vencer o medo de partir
em busca dos nossos sonhos.

Desejo a todos o melhor dos Anos
com tudo o que desejam.
Feliz 2009

Cubro-te com...


Cubro-te com a minha sombra
para que fiques a salvo
e nada te atinja.

Ao alcance de um sonho
te mantenho preso
onde a chuva fresca
acaricia o teu rosto
e das estrelas o pó
bendiz a tua cabeça.

Cubro-te com a minha sombra
muito perto dos meus braços,
para que te refugies
quando o frio te incomode
e que os teus pés descalços
com confiança descansem.

Para curar feridas,
com um roçar de lábios
fecho-te os teus olhos tristes
com um beijo na tua testa
espanto os teus temores
e minhas mãos levam-te,
caminhando rápido,
ao lugar que os teus sonhos
perderam o seu encanto.

Cubro-te com a minha sombra
tentando que salves
o que te sobra da vida.
Que no fim reconstrua
as manhãs que foram
e deixas-te muito longe.
Escondo-te no meu peito,
onde estão as batidas
e guardo a poesia.

Acaricio os teus sonhos
com a pele das flores,
limpo aquelas urtigas
que o cruel veneno
plantou com desamor...
e com lágrimas lavo
as dolorosas feridas
que ao pisares
deixaram nos teus pés.

Invento-te histórias
que nascem do teu alento
e arrebatam sentidos...
Digo-te que a angústia
aumenta as ansias
e que qualquer ferida
acaba em cicatriz,
para no fim convencer-te
que não acaba um caminho
quando acaba o Amor.

É como...

É como no jogo do nunca acabar,
cada vez que posso tiro os meus tédios,
desfaço os medos que a inércia provocam,
desfaço os panos que cobrem os ódios
e lavo os meus olhos de meias verdades para começar...
Me adorno os lábios de pétalas secas,
perfumo com erva molhada os meus cabelos,
envolvo os ombros em pó de estrelas,
unto na pele a lua do desterro
e encho com terra, da alma os buracos.
Cada vez que posso respiro profundamente,
revitalizo-me com aromas doces que convidam ao sonho,
tomo o alimento das flores secas e dos ninhos rotos,
tento moverme em rápido voo com todo o empenho
e me saem asas de cada espacinho que abraçam o mundo.
E como num jogo que nunca acabou,
me convido á festa das inventadas fadas,
submerjo as mãos em água de estanque,
com sumo cuidado resguardo as minhas asas...
Celebro a vida cada vez que posso!

Que bom...

Que bom!
Que se defeniu a tua vida, assim como a querias...
Que se encheram as tuas noites daquelas coisas pequenas,
sagradas e necessárias que te faltaram um dia.
Que bom que já secaste aquele rancor infernizante
que te obrigava constantemente a apontar um culpado;
Que bom que agora em tua luta te empenhas
a tolerarte a ti mesmo como humano
e que bom de nos termos encontrado no momento preciso
para darmos as mãos.
Que bom que nossos sonhos
não serão sempre esperanças,
que o sofrimento é pequeno porque é um somente,
que não há forças suficientes para criar um balanço
nesta vida sem causas que mantemos inertes
e de um lado somente se inclinou a balança.
Que bom ter-te servido de trampolim
de lançamento em direcção a novas manhãs;
de teus dias os sonhos, de tuas noites a contraparte...
De confidente secreta em situações precárias!
Que bom o ter tido o previlégio de amar-te,
de escutar-te de ter-te, de comtemplarte na alba.
Que bom que tenhas crescido e eu já não seja necessária!

Para ti RAINHA DO NADA...

Os sonhos formosos de Principes e Fadas
que convidavam a um voo nos coloridos ares
e flores perfumadas,
se acabaram num repente e se fez a noite.
Pensava que as gentes eram boas,
que não existiam mentiras, que ali era seguro
e estando onde estava nunca se passaria nada.
Mas a noite tornou-se mais densa, as mentiras verdades
e a gente um engano.
Chegaram confusões e o que era felicidades
e perdeu no vazios alagados de pranto.
Os Principes e as fadas já não foram nos sonhos,
Enojados foram-se em busca da inocência
donde se haviam escapado
e não voltaram mais.
Que dor de saudade se abateu sobre o Espirito!
Que injustiça aquele juizo de quem mentiu demais!
Mas, nos dias mais tarde chegava o crescimento
e com ele despertava uma nova consciência.
E se falou dos sonhos perdidos e do pranto,
da injustiça e da vergonha, daquelas noites densas...
Se falou por fim de medos, se expuseram enganos
e desde muito profundo,
no fundo do poço de misérias apodrecidas,
as lágrimas fizeram com que crescecem as asas
que tinham sido cortadas
e sorteando baixesas, pestilentos fracassos...
se levantou em um voo sempre olhando o alto,
procurando aquela luz que lhe dava no rosto.
Quem ía detê-la?
Quem poderia calar os seus gritos de denúncia?
Ninguém tem coragem de julgar o valente
quando foi cobarde.
Ninguém fala de amor quando não aprendeu
a assumir com consciência.
Ninguém se nega ao facto de que hoje há mais vida
naquela pequena menina só, abandonada e triste...
Que se negou á morte!
E tudo isto fez de ti RAINHA DO NADA.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

PORQUE SOU UMA BRUXA


Sou uma bruxa porque sempre que abro os olhos ao despertar, me emociono por mais um dia para viver, livre e comprometida com as coisas e as causas da Grande Mãe. Neste momento procuro reflectir a respeito dos tantos dias que nos foram tirados, por inveja, injúria e cobiça e peço luz e força á Deusa Mãe para o dia de hoje.

Sou uma bruxa porque ao abrir as janelas e respirar o ar da manhã, agradeço á Deusa pelo dom da vida, e celebro o pai ar pela sua presença em mim.

Sou uma bruxa porque, ao me alimentar, celebro aquele bendito alimento e bendigo todos aqueles que contribuíram com seu trabalho para que o mesmo chegasse à minha mesa.

Sou uma bruxa porque, sempre de alguma forma, renasce o amor em mim, e minha alma agradecida transmite luz.

Sou uma bruxa porque sempre me envolvo e me comprometo a serviço da justiça e da paz no mundo.

Sou uma bruxa porque estou sempre insistindo em abrir as portas do meu coração para transmitir os ensinamentos dos antigos e facilitar o despertar da grande arte nos corações dos que me cercam.

Sou uma bruxa porque estou sempre acendendo um fósforo sem maldizer a escuridão.

Sou uma bruxa porque busco a verdade sem jamais me conformar com a mentira e o subterfúgio.

Sou uma bruxa sempre que renuncio ao egoísmo e procuro ser generosa.

Sou uma bruxa quando sorrio para alguém, mesmo estando muito cansada, pois conheço o valor do sorriso.

Sou uma bruxa quando preparo um chá que vai curar, ou pelo menos amenizar a enxaqueca daquela vizinha chata.

Sou uma bruxa quando tomo um animal em meu colo para lhe amenizar a dor. Quando planto e colho uma erva e agradeço a Gaia por tamanha dádiva.

Sou uma bruxa quando persigo a luz de uma estrela com o olhar e o coração nas trevas que nos circundam. Quando levo a fé nos Deuses por entre linhas, apenas com minhas acções.

Sou uma bruxa quando em rijo, sinto o rio do sangue da vida que escoa nas minhas entranhas. Quando sou fogo que estimula o coito, e água que transforma e modifica cursos.

Sou uma bruxa porque me aconchego no seio sagrado da terra, voltando ao colo sagrado. Quando abro o circulo invocando os ventos do norte, buscando no canal dos antigos o néctar do renascer.

Sou uma bruxa porque, quando falo em liberdade, me sinto águia. Quando falo de sabedoria, me sinto coruja, e, quando falo do belo, me sinto arara.

Sou uma bruxa porque estou sempre atenta ao perfume, que não posso derramar no próximo sem que também me atinja e a lei tríplice se faz em mim.

Sou uma bruxa quando vivencio o sabor do pão partilhado. Quando procuro pedir perdão e recomeçar.

Sou uma bruxa quando me recolho ao silêncio perante um julgamento preconceituoso ou injusto a meu respeito, entrego ao tempo. Único pólo óptico da verdade imutável.

Sou bruxa quando desenvolvo em meu ser a humildade de viver e morrer como o grão de trigo, para depois frutificar searas de luz, de tenacidade e esplendor.

Sou uma bruxa porque estou sempre ressurgindo das cinzas como Fénix. E assim, retomar a minha vivência concreta, cujo itinerário principal é a minha Deusa interior, forte, guerreira, translúcida, serena e amorosa a despertar em mim.

"Por tudo isso, sou uma bruxa!"

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Para...

Para alcançar o que sonhaste
levantaste torres,
construiste muros,
enterraste ferros,
arrancaste flora,
cobriste riachos,
recuaste mares,
quebraste pedras...
envenenaste fauna,
compraste consciencias,
enganaste almas,
mataste tua esposa calando a sua voz.
Subtil,
a mentira de te fazeres maior te fez
mesquinho,
rasteiro,
cobarde.
Quando o desaforo de quereres tudo
sem mereceres nada,
não houveram palpitações debaixo das tuas mãos,
acreditavas vencidas as primeiras metas
e inventaste outras e então...
Te pensaste um deus!
Foi quando de frente a essa incontrolável
força universal que substimaste,
néscio, continuaste com a vil intenção
de agarrar os ventos com os teus braços,
surgio do centro da mesma terra
o feroz rugido de fogo estendido
decidido então a purificala
e das profundidades do mar conquistado
levantaram-se ondas para te recordar
que o fim do mundo
não tinhas chegado.
Procuraste,
inventaste,
acreditaste criar,
roubaste,
comparaste...
e deste voltas constantes e eterna
sao cerco constante que te escraviza.
Não descubriste o principiodas tuas razões,
nem deste espaço á intenção justa
de te oferecer tempo.
Submeteste toda a tua vida
ao engano inútil da vil conquista,
sem tomar em conta que entre as razões
que sempre procuraste
para te impôres á própria justiça,
não te existe nem em sonhos
a ideia da mudança á mais importante:
Deixares o mote de CONQUISTADOR,
pelo verdadeiro, que é...
CONQUISTADO!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Amanhã...

Amanhã,
Quando medires consequências
E encontres as culpas escondidas;
Entenderás as guerras ignoradas,
Esclarecidas de vez na tua vida.
Amanhã,
Quando mudares as perspectivas,
Quando o pior tiver passado;
Encontrarás os sonhos destruídos,
E chorarás querendo reconstrui-los.
Amanhã,
Quando olhares as folhas do diário
Verás que há algumas que não escreveste;
Encontrarás respostas ás dores
E sentirás o profundo dano que fizeste.
Amanhã,
Quando vejas os sulcos no teu rosto
Recordações do que deixou o passado;
Encontrarás a terra, seca pelo descuido,
Queixosa e ressentida porque nunca a semeaste.
Amanhã,
Quando tentares moldar a tua arrogância
E notes que a argila se tornou pedra;
Encontrarás as tuas mãos tão cheias de vazios,
Te negarão a vida por não a ter honrado.
Amanhã,
Assumindo talvez a história,
Da morte terrível que tu próprio escreveste;
Chegarás a meu lado cabisbaixo e dorido,
De nada arrependido
E como sempre,
Inconsciente!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Não me fales...

Não me fales de amanhã...
Amanhã é uma ilusão,
sombra convertida em razão de viver...
Espera sem sentido.
Não me fales de amanhã
como quem pede futuros.
Não me fales das coisas que pensas,
pensar detém;
construir é o que temos para ter.
Não me fales de amanhã sem muros
se o teu hoje se limita por grades de ontem.
Não me fales de amanhã arrastando
arrependimentos,
Ódios,
rancores...
Não evolui quem arrasta passados,
Aceita,
abandona
e desfaz história sem deixar de ser.
Não me fales de amanhã,
não tenho nenhum.
Meu amanhã é o momento,
agora
ainda posso.
Amanhã é aventura aceitar o resto
como chega, ignorando a dor
obrigando a vontade a permitir-me.
Meu amanhã está em meus filhos,
que não têm hoje, o ontem... foi.
Meu amanhã está em conseguir
que caiam as muralhas
que fazem difícil esta luta
de meus sentidos
para fazer com que o meu corpo responda...
Descubro com dor
que a muralha mais alta és tu.
Meu amanhã chegará
quando terminar o começado,
retire do armário velho
os farrapos do vestido da decepção
que alguma vez me serviu.
Quando tiver recolhido
os frutos de uma macieira
regada com sangue e lágrimas.
Meu amanhã chegará
quando me abrace a mim mesma
e desde o fundo do meu coração
me perdoe
e te perdoe.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Consciencialização...

Se olhas o espaço que delineia o teu contorno
só verás as coisas que estão todos os dias.
As paredes que têm as janelas tão quietas
que nunca tentaram mudar-se de lugar,
e as portas iguais, com as mesmas almofadas,
que abrem sobre o mesmo lado com o mesmo barulho
de humidade que amolece o metal já corroído.
Os cantos gastos pelo tempo se enchem
de manchas de fluidos atirados da cama
e as cortinas que nunca se movem por si mesmas.
Sempre se vê o mesmo nas coisas queridas
e a ilusão ingénua de encontrar algo novo,
nos embrutece o juízo, nos tira a energia...
E para completar está esse velho espelho
que repete a imagem deprimente de tudo
o que sempre se encontra, ainda que o procuremos.
Consciencializarmos-nos do jogo do reflexo constante
de que fizemos uma vida que morre
rotineira e perdida, é assumir que somos
tão donos como escravos do que construímos,
Ganhámos ou perdemos
O circulo viciosos de herdar as ideias
limitou os espaços ao seu real crescimento
e cada novo homem parece cruel reflexo da pior qualidade
e o espaço tão cheio que conforma o contorno,
finalmente resulta nessa jaula oxidada vestida de castelo
que guarda na mesma as coisas queridas
que já não nos serve
me tentando esconder as nossas realidades
constantemente erramos procurando as respostas
onde não encontraremos jamais uma verdade.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ai...

Persegue-me e apanha-me...
No jogo do teu amor fecha-me
e com toda a tua potencia toma-me.
Toca-me,
acaricia-me,
aperta-me,
beija-me.
Em arranque de paixão,
chupa-me,
morde-me...
Não detenhas os teus impulsos por juízo nem calma,
porque é o teu lado animal quem me possui.
Depois...
hás-de morrer como culpado,
como inútil escravo do instinto,
que sucumbe ao desejo de ter-me,
...mais não chega jamais perto da minha alma.
Então apodrece,
morre,
sofre...
E com lágrimas de sangue...
Chora-me!

domingo, 4 de novembro de 2007

Refinada cobardia...

E com o descaramento dos cobardes
te enches a boca e tentas calar
os gritos da tua enojada consciência,
enquanto te glorias de ferir
a mãe dos teus filhos de morte
e converter em escravos teus filhos
da hipnótica desordem do progresso.
Ai!..., se te fossem justificáveis as consequências
não te doeriam as entranhas
como estando em parto difícil e constante,
nem derreteria o sol seus magníficos glaciares!
Mas quiseste ser maior do que quem pariu,
subir-lhe á cabeça e golpeá-la
e separar te da raiva de não ser nada
frente a sua magnificiência e poderio.
A quem caragos queres convencer
de teus cuidados e preocupações agora que é tarde?
Dentro de pouco, será como quiseste:
se falará de ti por gerações...
Só para te maldizer!
Adoecerás com os vapores da tua ambição destrutiva
e a mãe dos teus filhos, a sua pobre mamã,
com o amor incondicional que não sabe de rancores
e não muda...
á hora da tua morte abrirá as suas entranhas para te receber.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Pobres ignorantes...

Surgir dos sonhos e enfrentar

a uma realidade inesperada,

é o que fazemos por costume;

Parte do jogo para sobreviver

que é uma luta e por força

se fez cotídiana.

E como levitando,

Movemos-nos ignorando os caminhos

que esperavam ansiosos os nossos passos.

deixámos para trás o mais valioso

e agora fazemos sombra

no trecho de caminho que enfrentamos.

Alguma vez pretendendo ser

os únicos donos e criadores,

o aroma a bom vinho, e as folhas de louro

fizeram a cama perfeita de estupidez memorizada

e bêbados, dormimos um sono enganado

que nos converte em vis perdedores,

finalmente senhores donos do nada.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Não é verdade...

É mentira que se acabam as palavras...
Que não acudam em auxilio não é possível;
quando surge do interior mostrar a alma,
não há maneira de expor-se senão falando.
Não se acabam as palavras, nem os sonhos,
e não há verdade alguma que se esconda
possibilidade de iluminar-se,
ainda que se oculte cruel debaixo das sombras.
Nem sequer um sussurro incompreensível
pode ser ignorado por descuido,
porque sua permanência segue estando
como zumbido néscio nos ouvidos.
É mentira que se acabem as palavras...
Há tanto que dizer, que mais bem faltam,
quando o coração as necessita,
as teremos de inventar se for necessário...
Libertá-las, fazer delas instrumento,
e dar-lhes o seu valor bem merecido.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ai Amor!...

Ai Amor!... Como odeio amar-te, meu Amor!...
Liberta a minha alma,
Diz o que preciso ouvir.
O tempo é impiedoso,
Deixa-me voar por esses ares desconhecidos,
Descansar nas nuvens da paz
Deixa que alivie a minha dor
nesses espaços etéreos
cobertos de chuvas de ouro
"diz que não me queres, Amor"
liberta o meu coração
Olha nos meus olhos e manda-me voar.
Deixa me sentir a grandeza da águia.
Deixa me construir a minha muralha de ouro.
Deixa me ir Amor, deixa me ir,
que o tempo já pesa nas minhas costas,
desamarra as minhas asas.
Não deixes que me definhe
que me perca neste breu
em que voluntariamente me colocaste.
"diz que não me queres, Amor"
E eu serei livre.
Ai Amor!...Como odeio amar-te, meu Amor!...

Tenho uma vida...

Tenho uma vida vazia á tua vida direccionada...
E se te tivesse assim,
Tão perto como te quero ter,
O planeta completo
Não seria suficiente para albergar
Minha ventura,
Meu riso,
Minha emoção,
Meu canto...
E este sentir profundo que se expande
Ante o mundo de contornos desconhecidos
Que foram abençoados,
Porque na tua alma
Possuis deles o espaço.
Se não estivesses assim,
Tão longe como a meu pesar te tenho,
Recuperar a razão quem sabe me fosse impossível,
Se logo de beijar teus lábios,
Escutei em teu coração
Os descabidos latidos sensíveis a esta paixão
Que já toca a beira do abismo da loucura.
Nem quero imaginar aonde iria minha candura
Se tuas mãos me tocassem...
Se assim mesmo acariciassem meus lábios teus olhos
E a emoção da entrega
Sem piedade nos envolveria entre caricias,
Abraços e beijos sem a sombra da culpabilidade.
Não haveria felicidade mais completa na minha vida,
Que saber que se realizava este ciclo que em nós
Parou num momento a meias,
E perdida a esperança nos convertemos em loucos...
Não só seria o mundo insuficiente e pequeno
Para entender a felicidade do meu pobre coração,
Se não que todo este amor transbordado, inundaria
Cada canto,
Cada esquina,
Com a imedível alegria de reafirmar fortalezas,
No acto do perdão.
Tenho uma vida vazia á tua vida direccionada...
O bem querer-te...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Que difícil...


Escuto esta triste melodia.
Um par de lágrimas caem sobre o meu regaço,
onde mantive a tua foto apertada entre minhas mãos,
como se evadir-se fosse a vontade de sua imagem
e aparecer uma simples folha branca de papel
onde uma pluma insiste em derramar tristes histórias.
As cortinas da minha janela ondulam, com uma sinuosidade simples
se abrem e manifesta-se o dia chegando ao seu fim.
Baixo o meu olhar, pois o brilho do sol
escondendo-se por detrás das montanhas fere os meu olhos.
Enquanto isso olho, meus pés se escondem na penumbra.
Vejo a rosa vermelha pintada no chão,
a deixas-te cair antes da tua partida.
Uma rosa que em teus lábios secou...murchou.
Se desfez de suas pétalas,
que a marcaram para sempre com uma amargura constante.
Resgatei-a dessa escuridão,
aprisionei-a contra ao meu peito,
e um pico nele se cravou.
Clara e frágil caía uma gota,
revestida de vermelho intenso e cálido.
Deslizou com suavidade por mim,
como imaginando tua pele percorrendo a minha.
Mas a recordação da tua traição quer dominar-me outra vez.
Só me resta repousar em meus pensamentos profundos,
descansar neles, é aí onde tu estás...
Que difícil é esquecer-te.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Chama-me "vida", amor!

Chama-me "vida" que eu estremeço.
-
Minha boca toma ar ás goladas,
minha pele arrepia-se tremente
e floresce no meu peito emocionado.
-
Chama-me "vida".
-
Sabes a ternura que me inspiras
só de escutar de ti essa palavra!
No meu coração cresceria a tua presença,
me nasceriam asas!
-
Chama-me "vida"!
-
Ai, amor!
Se estivesses hoje comigo,
que coisas teria para dar-te!
Minha pele te chama aos gritos
e minhas mãos não se cansam de procurar-te
nesta saudade em que morremos,
-
Chama-me "vida", amor
e meu corpo colapsa dividido.
-
Reconstrói-me, amor!
Chama-me de novo!
Toma meus pedaços em tuas mãos
e encosta-me ao bater do teu peito...
que seu pulsar encha os espaços!
-
Chama-me "vida"!
-
Dá-me as emoções, os suspiros...
desfrutemos hoje que estamos vivos,
faz-me querer que há esperança.
Me chamas "vida" e me renasces...
me enches a alma de sentimentos.
Se sorrisos nervosos,
e a pena dilata minhas paixões.
Vão-se as tristezas,
a alma se enche de subtilezas,
desaguem por ti minhas emoções.
-
Chama-me "vida", amor!
-
Chama-me vida!

Olha-me amor...

Olha-me amor, que tenho todas as cores
da aurora para dar-te.
Deleita-te com o reflexo tíbio do sol
que brilha no meu sorriso quieto
sobre as tuas intranquilas água
se procura a húmida frescura
da brisa entre os meus peitos.

Não me sonhes perfeita, nem bela, nem tua;
só aceita-me plena, transparente, sincera
e desfaz as correntes
que protegem as minhas costas.
Enveste-me implacável!

Olha-me amor,
que as gotas de suor
no meu cabelo ao vento
esperam que as bebas antes de evaporar-se
e os prismas que reflectem
amanhã não brilharão igual.
Não imagines meus olhos, minhas mãos, meu corpo...
não quero que te doa o desencanto.

Olha-me amor, eterniza-me, retém-me, vive-me...
faz teus, meus sabores
e que te alimente a ambrósia dos meus meles.
Invade meus espaços, redescobre,
reconquista... inunda!
Edifica teu castelo no topo mais alto
e afunda no abismo mais profundo.

Depois de fazer amor,
beija-me os olhos, o rosto
e deixa-me ser quem enche de prazer teus espaços
vivendo a profundidade dos teus mistérios.
Olha-me amor, que cada manhã
sou uma nova criatura para ti...
-
Apaixonada!


Desespero...

Com o rosto deformado,
pelo pranto, perdido,
tentando encontrar-se
com as mãos fechadas
apertadas ao peito
tremendo á caída...
tremendo como folha
de algum recente outono.

Olhos desorbitados
com instinto de medo.
Ruído ensurdecedor
e calor asfixiante
em ambientes carregados;
apagados,
hirtos...nos rostos, estranho!

Os lábios entreabertos
movendo-se nervosos
tentando aspirar
ares contaminados,
como asas de pomba
que se abrem ao voo
buscando libertar-se
em espaços fechados.

Amarrado de forma
que anula o movimento,
obrigado a ficar-se
quando se deseja partir.
Á chegado em mau tempos
em direito sequer
a pensar com sonhar...
...que poderia dizer.

Sonhos...

Não me abandonem
sonhos.
Fundam-se
nos astros
permaneçam
á beira do abismo.
Nas gotas do suor
justifiquem-me.
Não se escondam
contrastes
manhãs
sempre regressos.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Amanheceu...


Amanheceu e estava

repetindo sonhos,

doendo-me inevitavelmente,

chorando mortos de nada.

Entretanto de frente,

em ruidosas caravanas

desfilam alegres,

celebrando que morra,

bailando o que não quero

e cantando... cantando!

A sua mísera canção

me chamam, me convidam,

me tentam, me convidando...

calada, os observo

revivendo os anos,

assumindo o amor

como engano,

chorando os mortos de ninguém.

Amanheceu e ali continuo...

escutando de outros os cantos.

Então o amor...

Então o amor não diz nada
de um pasivo ser que nega tudo
ante a força imortal que o avasala,
o posede, o domina e lhe dá vida...
E será igualmente insuficiente
dar gritos de agonia ante a lua
que contempla indiferente a maresia
para não fazer caso da sua sorte.
È dor manter-se a flutuar em lodo
_uma espera que nunca termina_
e começar desarmado uma batalha
é tomar como um jogo de bola.
Então o amor não diz nada,
nem a promessa viva é aliciante...
seria comodo deixar de lado tudo,
se é que o tédio tornámos sorte,
renunciando ao valor de ser valentes.

Chegará...

Imperceptiva essência
Chegará aos cantos onde a luz não alcança,
no toque entre peças que sem pressa se rendem
cada ponto branco perderá sua pureza
ao empurrar subtil de uma mão que, sabida,
derruba resistências...
desviando tremores, caminhando veredas
e unindo seus pedaços.
Irá vencendo rectas nas altas montanhas
até atingir mais longe...
ao abismo suaviza de mel e ambrósia
que no seu escuro mistério há-de tragar os naipes
de um jogo que termina cavalgando entre as asas
de um cansado Pégaso...

Vida...

E segue rodando as nuas ramas
o mistério: necessário medo
envolto em vibrante silvos
que vestem o vento de negro e cobre os céus,
entristece flores, com sonhos forçados
pétalas se fecham. Pela ausência de luz oculta,
a formosura adquire novos afiliados
amantes
idolatras
fanáticos...
perseguidores loucos
sonhadores tristes
e se enche de esperas
para estar presentes como paladinos
no justo momento
de que se despega o medo e ressurja,
desde o silvo do escuro vento
a luz que os salva do eterno fogo.


terça-feira, 19 de junho de 2007

Não há-de ser...

Não há-de ser uma pena,
uma ferida,
um descuido,
o que fixe a hora,
o momento preciso,
maneira e duração
da entrada ao lugar donde tudo é nada
e nossa humanidade se torna insuportável...
Não fará falta a urgência,
desejo de transitar,
apertar o passo ao fazer menos ruído,
se nada há-de evitar enfrentarmos a direito,
temendo a chegada que antes nos recusamos
de poder controlar.
Não fará falta ter asas de borboleta
para sentir queimar chegando perto do fogo,
nem existirá loucura que algo justifique;
alargar junto ao tempo a agonia ganhada
é faltar com descaramento ás regras do jogo
e ainda que não o aceitamos...
ou o medo cresça...
...é deixarmos-nos ganhar!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Só.

Só.
Com uma mão á frente e outra atrás,
desprotegida.
Juntando
os resíduos de sonhos,
renúncias,
esquecimentos.
O rosto,
desencaixado á vista
-inexistente-
pretendeu retomar
ideais passados que ficaram
pequenos,
construindo sobre ar
com um sopro de alento
congelando os medos,
delineando,
medindo.

Só.
Mentindo aos outros.
Flutuando entre espelhismos,
explorando um espaço
que burlou a morte,
que lhe dera razões
para ter
um sonho,
continuar reclamando
o que andou perdendo...
para recomeçar!

Renovar...

Renovar
depois do cansaço,
as figuras ornamentais na palavra
é descolar do pico do minguante
de uma lua de queijo,
a um touro que engrandecido é banhado de prata
e que num lago terra-fogo
lava por demais, os cornos
que meti nas longitudes onde
o diabo tem um ninho abandonado.
Não ficam premícias
onde os cães lambem
ossos de amantes sós
e os beijos retidos permitem
que se sequem os lábios com sabor a areia.
A ousadia se perde pelo que não foi
e retém a espera
num limite imenso
quando se juntam as montanhas e céu.
Mais para lá das paredes transparentes
não há sortilégios
que enamorem ou prevejam
a caída
no precipício-tempo
devorado por ausências
tão claras
que encurtam as distancias
a, onde se tenha que chegar para tentar
perpetuar o parecer.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Mais...

As melodias perdidas
numa aurora descolorada
tornam tudo mais frio,
mais gelado,
mais húmido
mais.
Não terá de existir beleza
nessas palavras-sonho
que adornam e recobrem
este meio espaço-ar
cada vez mais apertado,
mais doloroso, mais só...
as vozes se deformam;
o eco de gritos histéricos,
chega fundo até ali,
onde a alma se refugia.
Tentar deixar o medo
parece ser impossível;
Apagar o tempo as horas
quanto mais nele se escondem.
E se faz mais pequeno,
mais impotente, mais nada
mais...
esse som de notas
que não conseguem fundir-se
em harmonia absoluta
e se perde mais tempo,
espaço, ar, sonho...
na alma há mais frio,
mais névoas, humidade...
mais.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Sentia...


Sentia que algo apodrecia dentro de mim
Sentia-o a definhar-se
começava a desprezá-lo
Enjoei-me deste sentir triste
dia após dia
O afastar da realidade
a doce solidão que abracei
sentimento podre era o que me restava
morria á fome enterrada em mim
e depois era de dentro que apodrecia
murchava com ele o meu coração
batia quase frio
batia fraco contra a pedra que o rodeava
erguia-se uma muralha
ainda maior que a grande
Tinha feito do meu peito um túmulo
Do meu ser a última morada
Sentia o peso do defunto
cravar-se em mim
levava-me lentamente ao fundo
no prazer mórbido de não viver
Noite após noite
Eram cada vez menos lágrimas
Sol após sol era cada vez menos vontade
Lua após lua a dor que se cravava
E apodrecia o coração ainda vivo.

domingo, 22 de abril de 2007

Isto foi amor e nada mais.

Como se fosse um sonho ou um pesadelo
a nossa história terminou
da única forma que poderia ser,
com tristeza e dor...
Como não podia ser de outra forma
e como já me disseram,
Não decidir é decidir...
Não falar é falar...
Não arriscar é definitivamente arriscar...
Como escrevi e em algum lugar está,
é mais fácil levantar-se de uma queda
se te atreves a saltar,...
do que de uma cobardia.
Como as verdades a meias já não vão
os sentimentos confusos já não têm lugar...
As palavras já não alcançam...
E por detrás já não há nada a que me possa apoiar...
O melhor é deixar ir o sentimento,
que hoje me causa tanto mal.
Como nunca vou deixar de pensar,
que hipócrita é aquele que acredita
que seguro é viver por detrás da
imagem que impõe a sociedade,
e lhe chama felicidade...
Como é, e sempre será, talvez
o que conta não é o resultado final,
mas sim o que aprendi ao caminhar...
Como por artes mágicas
já não sinto necessidade de estar...
Mas apesar de tudo sei,
que por mais que tentemos esquecer...
E que com outros nomes lhe queiramos chamar...
Isto foi amor e nada mais.

Mundo louco...


Absurdo mundo dos loucos,onde as
pessoas trabalham para viver.
Com o fácil que é vaguear sem rumo
Montar em unicórnios invisíveis
e contar as estrelas
Banhar-se com os raios de sol e
secar-se com as lágrimas da lua.
Roubar as cores do arco íris para se vestir,
Galopar sobre os peixes do mar e
saciar a cede nos poços do deserto.
Visitar os bares das nuvens e beber uns copos.
Acender o cigarro com lava seca de um
vulcão e e usar o eco como telefone.
Não sei por que usam carros, se é mais
fácil viajar num cometa.
Porque dormem a sesta na cama,
se eu me deito no espaço.
Vivem contando os dias, e eu não sei contar
por isso para mim é sempre hoje.
Vejam até, vocês levam o relógio para
marcar o tempo, eu espero a noite.
Cantam á lua e nem sabem que eu vivo nela.
Nascem em lugares a que chamam países.
eu...eu sou do mundo, nasci da natureza.
Caminham com uma caixinha, a que chamam telemóvel,
que com pressa os leva até á depressão,
eu livre como o vento, por isso e outras coisas
mais vocês o género humano são os loucos, eu...eu sou sã!

terça-feira, 27 de março de 2007

Tua Filha...


Tua filha teu poema
Alma da tua verdade,
Tua inspiração suprema
Tua doce felicidade.
Teu pedacinho de vida

Com alma cor de céu,
Tua roseira florida
Prémio que a vida te deu.
Tua filha tua flor

Mundo para ti inventado,
Gerada pelo calor
D'um amor alimentado.
Ela é a força suprema

Que o teu coração invade,
Tua filha teu poema
Alma da tua verdade.
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Ao meu amigo mais doce, com todo o carinho do meu coração:
Que o Deus da vida e do Amor te ofereça todas as benções do mundo.
E Sê feliz, aproveita cada pedacinho, agora enquanto ela é tua.
Nunca te distraias pois o tempo passa rápido.
Beijo no teu coração de ouro.