quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Silêncio...


Já não oiço o pulsar apressado do coração…
agora também ele é sossego,
sinto-o, mas num sentir inquieto
do que não podemos por principio ilustrar.
Silêncio… é o preenchimento de todos
os sons de todas as melodias e movimentos.
È o cansaço dos passos soltos pelas ruas…
das palavras caladas que não se dizem…
dos sentimentos mudos que não falamos.
Silêncio, é a promessa que habita,
é distância que invade,
é aquele rosto que na memória da retina,
relembramos durante todo o dia,
sem que nunca lhe possamos sentir a voz.
Silêncio... são os gritos que trago dentro
e que duram amordaçados,
interinamente cansados,
com vontade de partir.
Silêncio... é esta luz solta e desprendida
que teima em dar cor de tons pastel ás paredes traçadas a bege,
que nem com silêncio se alteram.
Silêncio é o passado…
o futuro,
o presente que não contamos.
São rios,
são os mares,
os cais de saudades de pedra…
é o cheiro de alguém que se entranha em nós.
Silêncio são as sombras…
é esta noite assim,
é o vazio dos poetas perdidos que vagueiam por ai…
é um acorde…
mil silêncios...
porque é silêncio todo o silêncio que faço…
pois o “silêncio é este lugar que há dentro de mim”.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Solidão...


Quero dizer-te uma coisa simples:
a tua ausência dói-me.
Refiro-me a essa dor que não magoa,
que se limita à alma;
mas que não deixa,
por isso,
de deixar alguns sinais
- um peso nos olhos,
no lugar da tua imagem,
e um vazio nas mãos.
Como se as tuas mãos lhes
tivessem roubado o tacto.
São estas as formas do amor,
podia dizer-te;
e acrescentar
que as coisas simples também podem ser complicadas,
quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade.
Porém,
é o sonho que me traz a tua memória;
e a realidade aproxima-me de ti,
agora que os dias correm mais depressa,
e as palavras ficam pressas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de mim
- e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Ah, se estivesses...


Ah, se estivesses aqui neste momento...
Deixaria teus braços enlaçarem meu corpo,
tua boca vir de encontro à minha,
teus olhos me guiarem.

Seria tua da maneira que quisesses,
da maneira que desejasses.

Porque só tu és capaz de fazer sonhar,
tua imagem me enfeitiça.
Sou capaz de ceder à todas as tuas vontades sem questioná-las,
porque perto de ti não sou dona de mim,
sou simplesmente tua.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O espelho...


Olhei no espelho e vi teu rosto
Encarando comigo como nunca
Em cada toque um querer mais
Em cada gesto, um novo desejo
Estranho reflexo qual diamante
Que a tua visão me causou
Ora luminosa, ora brilhante
No teu regresso por um instante
O véu do meu choro te distanciou
Esperei que trouxesses de volta
A luz do meu olhar
Agora seco e iluminado
Reflectindo apenas a minha imagem
Um rosto desesperadamente angustiado
Nesta tarde que se aportou
Por um momento
Pareceu ter tido uma visão
Ou viajado numa maquina do tempo
Ao ver os teus olhos fixos nos meus
Por trás daquele espelho solitário
Reflexo fiel das minhas lágrimas
E dos suspiros inebriados de paixão
Testemunha do rosto triste
Das promessas vãs levadas pelo vento
Esquecidas no tempo
Onde o amor teve um preço
Tu minha doce tentação
Me enlouqueces, me turvas a visão
e escondes de mim por trás do silêncio espesso
Da dor que o espelho não reflecte
Somente a minha alma padece
Mas de forma alguma te esquece.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

SE AMAR ...


Se amar
É sentir a nostalgia
Quando tu não estás.
E vibrar de alegria ao saber que virás
Então... eu amo-te.

Se amar
É esta euforia que não sei definir
Quando teus meigos olhos, fitam os meus,
Se vejo a tua boca para mim sorrir
E intimamente agradeço a Deus
Então... eu amo-te.

Se amar
É tremer de intensa emoção
Quando em tuas mãos tomas as minhas.
E sentir-me feliz tão der repente
Ouvindo a tua foz suave e quente
Então... eu amo-te.

Se amar
É esperar ansiosa cada aurora
Para voltar a ver-te
Sofrer hora a hora
Com medo de te perder
Então... eu amo-te.

Se amar
É esquecer completamente
O que até agora já vi.
Para pensar unicamente
E sempre em ti
Então... eu amo-te.

Se amar
É sentir uma paz maravilhosa
Quando ao pé de ti fico silenciosa.
É sofrer amargurado tormento
Quando ao teu lado sinto fugir o tempo
Então... eu amo-te, meu amor.