domingo, 4 de novembro de 2007

Refinada cobardia...

E com o descaramento dos cobardes
te enches a boca e tentas calar
os gritos da tua enojada consciência,
enquanto te glorias de ferir
a mãe dos teus filhos de morte
e converter em escravos teus filhos
da hipnótica desordem do progresso.
Ai!..., se te fossem justificáveis as consequências
não te doeriam as entranhas
como estando em parto difícil e constante,
nem derreteria o sol seus magníficos glaciares!
Mas quiseste ser maior do que quem pariu,
subir-lhe á cabeça e golpeá-la
e separar te da raiva de não ser nada
frente a sua magnificiência e poderio.
A quem caragos queres convencer
de teus cuidados e preocupações agora que é tarde?
Dentro de pouco, será como quiseste:
se falará de ti por gerações...
Só para te maldizer!
Adoecerás com os vapores da tua ambição destrutiva
e a mãe dos teus filhos, a sua pobre mamã,
com o amor incondicional que não sabe de rancores
e não muda...
á hora da tua morte abrirá as suas entranhas para te receber.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Pobres ignorantes...

Surgir dos sonhos e enfrentar

a uma realidade inesperada,

é o que fazemos por costume;

Parte do jogo para sobreviver

que é uma luta e por força

se fez cotídiana.

E como levitando,

Movemos-nos ignorando os caminhos

que esperavam ansiosos os nossos passos.

deixámos para trás o mais valioso

e agora fazemos sombra

no trecho de caminho que enfrentamos.

Alguma vez pretendendo ser

os únicos donos e criadores,

o aroma a bom vinho, e as folhas de louro

fizeram a cama perfeita de estupidez memorizada

e bêbados, dormimos um sono enganado

que nos converte em vis perdedores,

finalmente senhores donos do nada.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Não é verdade...

É mentira que se acabam as palavras...
Que não acudam em auxilio não é possível;
quando surge do interior mostrar a alma,
não há maneira de expor-se senão falando.
Não se acabam as palavras, nem os sonhos,
e não há verdade alguma que se esconda
possibilidade de iluminar-se,
ainda que se oculte cruel debaixo das sombras.
Nem sequer um sussurro incompreensível
pode ser ignorado por descuido,
porque sua permanência segue estando
como zumbido néscio nos ouvidos.
É mentira que se acabem as palavras...
Há tanto que dizer, que mais bem faltam,
quando o coração as necessita,
as teremos de inventar se for necessário...
Libertá-las, fazer delas instrumento,
e dar-lhes o seu valor bem merecido.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ai Amor!...

Ai Amor!... Como odeio amar-te, meu Amor!...
Liberta a minha alma,
Diz o que preciso ouvir.
O tempo é impiedoso,
Deixa-me voar por esses ares desconhecidos,
Descansar nas nuvens da paz
Deixa que alivie a minha dor
nesses espaços etéreos
cobertos de chuvas de ouro
"diz que não me queres, Amor"
liberta o meu coração
Olha nos meus olhos e manda-me voar.
Deixa me sentir a grandeza da águia.
Deixa me construir a minha muralha de ouro.
Deixa me ir Amor, deixa me ir,
que o tempo já pesa nas minhas costas,
desamarra as minhas asas.
Não deixes que me definhe
que me perca neste breu
em que voluntariamente me colocaste.
"diz que não me queres, Amor"
E eu serei livre.
Ai Amor!...Como odeio amar-te, meu Amor!...

Tenho uma vida...

Tenho uma vida vazia á tua vida direccionada...
E se te tivesse assim,
Tão perto como te quero ter,
O planeta completo
Não seria suficiente para albergar
Minha ventura,
Meu riso,
Minha emoção,
Meu canto...
E este sentir profundo que se expande
Ante o mundo de contornos desconhecidos
Que foram abençoados,
Porque na tua alma
Possuis deles o espaço.
Se não estivesses assim,
Tão longe como a meu pesar te tenho,
Recuperar a razão quem sabe me fosse impossível,
Se logo de beijar teus lábios,
Escutei em teu coração
Os descabidos latidos sensíveis a esta paixão
Que já toca a beira do abismo da loucura.
Nem quero imaginar aonde iria minha candura
Se tuas mãos me tocassem...
Se assim mesmo acariciassem meus lábios teus olhos
E a emoção da entrega
Sem piedade nos envolveria entre caricias,
Abraços e beijos sem a sombra da culpabilidade.
Não haveria felicidade mais completa na minha vida,
Que saber que se realizava este ciclo que em nós
Parou num momento a meias,
E perdida a esperança nos convertemos em loucos...
Não só seria o mundo insuficiente e pequeno
Para entender a felicidade do meu pobre coração,
Se não que todo este amor transbordado, inundaria
Cada canto,
Cada esquina,
Com a imedível alegria de reafirmar fortalezas,
No acto do perdão.
Tenho uma vida vazia á tua vida direccionada...
O bem querer-te...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Que difícil...


Escuto esta triste melodia.
Um par de lágrimas caem sobre o meu regaço,
onde mantive a tua foto apertada entre minhas mãos,
como se evadir-se fosse a vontade de sua imagem
e aparecer uma simples folha branca de papel
onde uma pluma insiste em derramar tristes histórias.
As cortinas da minha janela ondulam, com uma sinuosidade simples
se abrem e manifesta-se o dia chegando ao seu fim.
Baixo o meu olhar, pois o brilho do sol
escondendo-se por detrás das montanhas fere os meu olhos.
Enquanto isso olho, meus pés se escondem na penumbra.
Vejo a rosa vermelha pintada no chão,
a deixas-te cair antes da tua partida.
Uma rosa que em teus lábios secou...murchou.
Se desfez de suas pétalas,
que a marcaram para sempre com uma amargura constante.
Resgatei-a dessa escuridão,
aprisionei-a contra ao meu peito,
e um pico nele se cravou.
Clara e frágil caía uma gota,
revestida de vermelho intenso e cálido.
Deslizou com suavidade por mim,
como imaginando tua pele percorrendo a minha.
Mas a recordação da tua traição quer dominar-me outra vez.
Só me resta repousar em meus pensamentos profundos,
descansar neles, é aí onde tu estás...
Que difícil é esquecer-te.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Chama-me "vida", amor!

Chama-me "vida" que eu estremeço.
-
Minha boca toma ar ás goladas,
minha pele arrepia-se tremente
e floresce no meu peito emocionado.
-
Chama-me "vida".
-
Sabes a ternura que me inspiras
só de escutar de ti essa palavra!
No meu coração cresceria a tua presença,
me nasceriam asas!
-
Chama-me "vida"!
-
Ai, amor!
Se estivesses hoje comigo,
que coisas teria para dar-te!
Minha pele te chama aos gritos
e minhas mãos não se cansam de procurar-te
nesta saudade em que morremos,
-
Chama-me "vida", amor
e meu corpo colapsa dividido.
-
Reconstrói-me, amor!
Chama-me de novo!
Toma meus pedaços em tuas mãos
e encosta-me ao bater do teu peito...
que seu pulsar encha os espaços!
-
Chama-me "vida"!
-
Dá-me as emoções, os suspiros...
desfrutemos hoje que estamos vivos,
faz-me querer que há esperança.
Me chamas "vida" e me renasces...
me enches a alma de sentimentos.
Se sorrisos nervosos,
e a pena dilata minhas paixões.
Vão-se as tristezas,
a alma se enche de subtilezas,
desaguem por ti minhas emoções.
-
Chama-me "vida", amor!
-
Chama-me vida!

Olha-me amor...

Olha-me amor, que tenho todas as cores
da aurora para dar-te.
Deleita-te com o reflexo tíbio do sol
que brilha no meu sorriso quieto
sobre as tuas intranquilas água
se procura a húmida frescura
da brisa entre os meus peitos.

Não me sonhes perfeita, nem bela, nem tua;
só aceita-me plena, transparente, sincera
e desfaz as correntes
que protegem as minhas costas.
Enveste-me implacável!

Olha-me amor,
que as gotas de suor
no meu cabelo ao vento
esperam que as bebas antes de evaporar-se
e os prismas que reflectem
amanhã não brilharão igual.
Não imagines meus olhos, minhas mãos, meu corpo...
não quero que te doa o desencanto.

Olha-me amor, eterniza-me, retém-me, vive-me...
faz teus, meus sabores
e que te alimente a ambrósia dos meus meles.
Invade meus espaços, redescobre,
reconquista... inunda!
Edifica teu castelo no topo mais alto
e afunda no abismo mais profundo.

Depois de fazer amor,
beija-me os olhos, o rosto
e deixa-me ser quem enche de prazer teus espaços
vivendo a profundidade dos teus mistérios.
Olha-me amor, que cada manhã
sou uma nova criatura para ti...
-
Apaixonada!


Desespero...

Com o rosto deformado,
pelo pranto, perdido,
tentando encontrar-se
com as mãos fechadas
apertadas ao peito
tremendo á caída...
tremendo como folha
de algum recente outono.

Olhos desorbitados
com instinto de medo.
Ruído ensurdecedor
e calor asfixiante
em ambientes carregados;
apagados,
hirtos...nos rostos, estranho!

Os lábios entreabertos
movendo-se nervosos
tentando aspirar
ares contaminados,
como asas de pomba
que se abrem ao voo
buscando libertar-se
em espaços fechados.

Amarrado de forma
que anula o movimento,
obrigado a ficar-se
quando se deseja partir.
Á chegado em mau tempos
em direito sequer
a pensar com sonhar...
...que poderia dizer.

Sonhos...

Não me abandonem
sonhos.
Fundam-se
nos astros
permaneçam
á beira do abismo.
Nas gotas do suor
justifiquem-me.
Não se escondam
contrastes
manhãs
sempre regressos.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Amanheceu...


Amanheceu e estava

repetindo sonhos,

doendo-me inevitavelmente,

chorando mortos de nada.

Entretanto de frente,

em ruidosas caravanas

desfilam alegres,

celebrando que morra,

bailando o que não quero

e cantando... cantando!

A sua mísera canção

me chamam, me convidam,

me tentam, me convidando...

calada, os observo

revivendo os anos,

assumindo o amor

como engano,

chorando os mortos de ninguém.

Amanheceu e ali continuo...

escutando de outros os cantos.

Então o amor...

Então o amor não diz nada
de um pasivo ser que nega tudo
ante a força imortal que o avasala,
o posede, o domina e lhe dá vida...
E será igualmente insuficiente
dar gritos de agonia ante a lua
que contempla indiferente a maresia
para não fazer caso da sua sorte.
È dor manter-se a flutuar em lodo
_uma espera que nunca termina_
e começar desarmado uma batalha
é tomar como um jogo de bola.
Então o amor não diz nada,
nem a promessa viva é aliciante...
seria comodo deixar de lado tudo,
se é que o tédio tornámos sorte,
renunciando ao valor de ser valentes.

Chegará...

Imperceptiva essência
Chegará aos cantos onde a luz não alcança,
no toque entre peças que sem pressa se rendem
cada ponto branco perderá sua pureza
ao empurrar subtil de uma mão que, sabida,
derruba resistências...
desviando tremores, caminhando veredas
e unindo seus pedaços.
Irá vencendo rectas nas altas montanhas
até atingir mais longe...
ao abismo suaviza de mel e ambrósia
que no seu escuro mistério há-de tragar os naipes
de um jogo que termina cavalgando entre as asas
de um cansado Pégaso...

Vida...

E segue rodando as nuas ramas
o mistério: necessário medo
envolto em vibrante silvos
que vestem o vento de negro e cobre os céus,
entristece flores, com sonhos forçados
pétalas se fecham. Pela ausência de luz oculta,
a formosura adquire novos afiliados
amantes
idolatras
fanáticos...
perseguidores loucos
sonhadores tristes
e se enche de esperas
para estar presentes como paladinos
no justo momento
de que se despega o medo e ressurja,
desde o silvo do escuro vento
a luz que os salva do eterno fogo.


terça-feira, 19 de junho de 2007

Não há-de ser...

Não há-de ser uma pena,
uma ferida,
um descuido,
o que fixe a hora,
o momento preciso,
maneira e duração
da entrada ao lugar donde tudo é nada
e nossa humanidade se torna insuportável...
Não fará falta a urgência,
desejo de transitar,
apertar o passo ao fazer menos ruído,
se nada há-de evitar enfrentarmos a direito,
temendo a chegada que antes nos recusamos
de poder controlar.
Não fará falta ter asas de borboleta
para sentir queimar chegando perto do fogo,
nem existirá loucura que algo justifique;
alargar junto ao tempo a agonia ganhada
é faltar com descaramento ás regras do jogo
e ainda que não o aceitamos...
ou o medo cresça...
...é deixarmos-nos ganhar!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Só.

Só.
Com uma mão á frente e outra atrás,
desprotegida.
Juntando
os resíduos de sonhos,
renúncias,
esquecimentos.
O rosto,
desencaixado á vista
-inexistente-
pretendeu retomar
ideais passados que ficaram
pequenos,
construindo sobre ar
com um sopro de alento
congelando os medos,
delineando,
medindo.

Só.
Mentindo aos outros.
Flutuando entre espelhismos,
explorando um espaço
que burlou a morte,
que lhe dera razões
para ter
um sonho,
continuar reclamando
o que andou perdendo...
para recomeçar!

Renovar...

Renovar
depois do cansaço,
as figuras ornamentais na palavra
é descolar do pico do minguante
de uma lua de queijo,
a um touro que engrandecido é banhado de prata
e que num lago terra-fogo
lava por demais, os cornos
que meti nas longitudes onde
o diabo tem um ninho abandonado.
Não ficam premícias
onde os cães lambem
ossos de amantes sós
e os beijos retidos permitem
que se sequem os lábios com sabor a areia.
A ousadia se perde pelo que não foi
e retém a espera
num limite imenso
quando se juntam as montanhas e céu.
Mais para lá das paredes transparentes
não há sortilégios
que enamorem ou prevejam
a caída
no precipício-tempo
devorado por ausências
tão claras
que encurtam as distancias
a, onde se tenha que chegar para tentar
perpetuar o parecer.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Mais...

As melodias perdidas
numa aurora descolorada
tornam tudo mais frio,
mais gelado,
mais húmido
mais.
Não terá de existir beleza
nessas palavras-sonho
que adornam e recobrem
este meio espaço-ar
cada vez mais apertado,
mais doloroso, mais só...
as vozes se deformam;
o eco de gritos histéricos,
chega fundo até ali,
onde a alma se refugia.
Tentar deixar o medo
parece ser impossível;
Apagar o tempo as horas
quanto mais nele se escondem.
E se faz mais pequeno,
mais impotente, mais nada
mais...
esse som de notas
que não conseguem fundir-se
em harmonia absoluta
e se perde mais tempo,
espaço, ar, sonho...
na alma há mais frio,
mais névoas, humidade...
mais.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Sentia...


Sentia que algo apodrecia dentro de mim
Sentia-o a definhar-se
começava a desprezá-lo
Enjoei-me deste sentir triste
dia após dia
O afastar da realidade
a doce solidão que abracei
sentimento podre era o que me restava
morria á fome enterrada em mim
e depois era de dentro que apodrecia
murchava com ele o meu coração
batia quase frio
batia fraco contra a pedra que o rodeava
erguia-se uma muralha
ainda maior que a grande
Tinha feito do meu peito um túmulo
Do meu ser a última morada
Sentia o peso do defunto
cravar-se em mim
levava-me lentamente ao fundo
no prazer mórbido de não viver
Noite após noite
Eram cada vez menos lágrimas
Sol após sol era cada vez menos vontade
Lua após lua a dor que se cravava
E apodrecia o coração ainda vivo.

domingo, 22 de abril de 2007

Isto foi amor e nada mais.

Como se fosse um sonho ou um pesadelo
a nossa história terminou
da única forma que poderia ser,
com tristeza e dor...
Como não podia ser de outra forma
e como já me disseram,
Não decidir é decidir...
Não falar é falar...
Não arriscar é definitivamente arriscar...
Como escrevi e em algum lugar está,
é mais fácil levantar-se de uma queda
se te atreves a saltar,...
do que de uma cobardia.
Como as verdades a meias já não vão
os sentimentos confusos já não têm lugar...
As palavras já não alcançam...
E por detrás já não há nada a que me possa apoiar...
O melhor é deixar ir o sentimento,
que hoje me causa tanto mal.
Como nunca vou deixar de pensar,
que hipócrita é aquele que acredita
que seguro é viver por detrás da
imagem que impõe a sociedade,
e lhe chama felicidade...
Como é, e sempre será, talvez
o que conta não é o resultado final,
mas sim o que aprendi ao caminhar...
Como por artes mágicas
já não sinto necessidade de estar...
Mas apesar de tudo sei,
que por mais que tentemos esquecer...
E que com outros nomes lhe queiramos chamar...
Isto foi amor e nada mais.

Mundo louco...


Absurdo mundo dos loucos,onde as
pessoas trabalham para viver.
Com o fácil que é vaguear sem rumo
Montar em unicórnios invisíveis
e contar as estrelas
Banhar-se com os raios de sol e
secar-se com as lágrimas da lua.
Roubar as cores do arco íris para se vestir,
Galopar sobre os peixes do mar e
saciar a cede nos poços do deserto.
Visitar os bares das nuvens e beber uns copos.
Acender o cigarro com lava seca de um
vulcão e e usar o eco como telefone.
Não sei por que usam carros, se é mais
fácil viajar num cometa.
Porque dormem a sesta na cama,
se eu me deito no espaço.
Vivem contando os dias, e eu não sei contar
por isso para mim é sempre hoje.
Vejam até, vocês levam o relógio para
marcar o tempo, eu espero a noite.
Cantam á lua e nem sabem que eu vivo nela.
Nascem em lugares a que chamam países.
eu...eu sou do mundo, nasci da natureza.
Caminham com uma caixinha, a que chamam telemóvel,
que com pressa os leva até á depressão,
eu livre como o vento, por isso e outras coisas
mais vocês o género humano são os loucos, eu...eu sou sã!

terça-feira, 27 de março de 2007

Tua Filha...


Tua filha teu poema
Alma da tua verdade,
Tua inspiração suprema
Tua doce felicidade.
Teu pedacinho de vida

Com alma cor de céu,
Tua roseira florida
Prémio que a vida te deu.
Tua filha tua flor

Mundo para ti inventado,
Gerada pelo calor
D'um amor alimentado.
Ela é a força suprema

Que o teu coração invade,
Tua filha teu poema
Alma da tua verdade.
###
Ao meu amigo mais doce, com todo o carinho do meu coração:
Que o Deus da vida e do Amor te ofereça todas as benções do mundo.
E Sê feliz, aproveita cada pedacinho, agora enquanto ela é tua.
Nunca te distraias pois o tempo passa rápido.
Beijo no teu coração de ouro.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Diabos ou Anjos


Homens...
Quem pode, então, entendê-los?
Frágeis criaturas viris
Me levam a morte...
Diabos ou anjos...
Malandros
Para tê-los é preciso sorte...
Descansar em seus braços é padecer
ao trilhar seus caminhos me sinto falecer,
desfaleço nos seus trilhos...
Homens...
Passam por cima das minhas emoções
Doentes...
Tão loucos pela dor
Maldições...
Enloquentes seres que me são como ar
desejos ardentes deixam-me só, me fazem calar...
Viro pó...
Sinto hoje aquela rejeição castigo de quem ama demais...
Canhão de martírios
Malefícios do amor...
Ambição pela paz
Não a tem...
Amam demais
Rancores retêm deixam-me só...
Quem pode, então entendê-los?
Frágeis criaturas viris
deixam minha felicidade por um triz
fui eu quem quis assim...
Exigem dedicação e paixão mas acham sempre poucos
Indiferença e insegurança neles são constantes
Fazem o amor amanhecer morto...
Viramos apenas corpo
Que sofre igual...
Chora, treme, recua e...
Esquece de amar...
Amor e felicidade
Sentimentos que teima em viver afastados
Homens que sofrem calados...
Sem perdão, compaixão e ternura
Só medo, desprezo e doença sem cura
Fazem-me temer a vida...
Maldita...
Em que palavras não são ouvidas
verdades lindas que não são ditas
Crueldade...
Não nasci para amar
Mas o destino é mesmo assim...
Certo dia enviou-me um anjo
Anjo este que insiste em ser diabo
E o que dói é saber que é por vontade de assim ser...
O amor é um coitado...
Não merece viver...
Por isso os homens matam o amor,
as mulheres os homens matam...
Vivos e mortos não reatam...
Calafrios da maldição
Brigas, mortes, coração...
Coração que sem ele não bate
Corpo que sem alma não reage...
Anjo concedido pra me dar "sorte"?
Vou ama-lo pra sempre...
Minha vida sem ele merece a morte...
Não espero rimar sempre
pra não correr o risco de falarem por aí que escrevo poesia.
Nem sei o que são versos
e ao inverso do que pensam, sei que viver é uma bênção.
espero a chuva pra poder chorar
pra ninguém ver
mas tudo que espero assim é não sofrer...
sobreviver.

terça-feira, 13 de março de 2007

Quero...


Hoje não quero ser
a mulher forte, de atitude
a leoa ,sedutora
a que luta, defende,
conquista,
consola, abriga...
Hoje eu quero deixar que
a mulher sensível, delicada,
romântica, frágil...
seja vista e sentida!
Quero um carinho, um abraço,
um colo...
Quero braços que me
envolvam
protejam, abriguem.
Quero um corpo onde possa
me aconchegar;
um ombro para poder chorar,
uma mão que acaricie
meus cabelos,
olhos que vejam as lágrimas
rolarem no meu rosto
quando falo dos meus
temores, medos ...
uma boca que me diga palavras
de animo e esperança
e que me beijem com
amor e tesão!
Quero olhos que vejam minha
fragilidade,
que me admirem por ser delicada
e que não desejem que eu
tenha que ser forte
o tempo todo!
Quero ser admirada, notada,
e quero que me queiram
por também ter um lado frágil.
Quero que me admirem por ser
mulher na total essência,
não só o lado leoa, mas
o lado beija-flor e também flor!
O lado que necessita do outro
que também precisa receber!
Quero hoje a fragilidade de ser
Mulher !!!

domingo, 11 de março de 2007

Adeus!?...YSL


Com que então, Adeus. Não esqueceste nada?
Bem, anda... Podemos despedirmos-nos.
Já não temos nada a dizer?
Deixo-te então ir...
Ainda não,
espera,
espera um bocadinho que pare de chover...
espera um pouco.
E sobretudo vai bem abrigado,
pois já sabes o frio que faz ali fora.
Um abrigo de inverno era o que devias levar...
Será que já te devolvi tudo?
Não terei nada teu?
Levaste teus beijos, teus abraços?
Bem... olha-me agora amigo meu;
pois que enfim se vai um despedir.
Vá! Não é preciso te afligires;
Vamos! não há que chorar, que loucura!
E que esforço tão grande necessitam fazer as nossas cabeças,
para poder imaginar e vermos outra vez os apaixonados, aqueles!...
tão rendidos e tão ternos,
nós éramos assim antes!
Tínhamos as vidas entregado para sempre um ao outro, eternamente,
E tu vais deixar-me e eu vou deixar-te, e pronto vamos-nos!
cada um com seu nome, por seu lado...
Recomeçar... Vaguear... viver noutra parte...
Supostamente, no inicio sofreremos
mas depois virá piedoso esquecimento,
único amigo fiel que nos perdoa;
E haverá uma outra vez que eu e tu voltaremos a ser como já fomos,
entre todas as outras, duas pessoas.
E hei-de ver-te na rua de longe,
sem atravessar, para falar-te, do outro lado,
e nos afastamos distraídos
e passarás ligeiro com roupas para mim desconhecidas.
Estaremos sem nos vermos largos meses,
e esquecerei o sabor das tuas caricias,
e meus amigos te darão notícias: de"aquela amiga tua".
Perguntarei por aquele que foi a minha estrela e ao referir-me a ti,
que eras a minha vida, a ti, que eras a minha força e minha doçura direi:
Como vai aquele?
Nosso grande coração... que pequeno é!
Nossos muitos propósitos, que poucos!;
E sem dúvida, estavam tão loucos no principio, naquele inverno,
Recordas-te? A apoteose! O encanto!
Queriamos-nos tanto!
E isto era aquele mesmo querer?
Quem o acredita?
De maneira que nós - ainda nós -,
quando de amor falamos somos como os outros?
Este o valor que damos á frase de amor que nos comove.
Que desgraça, Deus meu que sejamos o mesmo que são todos!
Como chove!
Tu não podes sair assim chovendo.
Vamos!,
fica quieto, olha, to rogo, já trataremos de nos entender.
Faremos novos planos, e ainda que o coração tenha mudado,
quem sabe reviverá o carinho passado, o encanto dos velhos tempos.
Faremos o possível;
se portará um bem, tu serás bom,
e logo... é incrível!, tens um dos teus costumes,
a cadeia chega ás vezes a ser necessidade.
senta-te aqui, bem meu...
Recordarás junto de mim tua dor,
e eu perto de ti a minha saudade.

terça-feira, 6 de março de 2007

Última carta...

"Há coisas que devem ser faladas, questões que já coloquei várias vezes e das quais nunca obtive resposta, acordo e penso vai ser hoje, vou falar, vou telefonar.
Mas acabo por não ser capaz, ao olhar-te, ver o teu sorriso, ouvir a tua voz, acabo por ficar tontinha e nervosa sem coragem de estragar aquilo que para mim é um momento mágico, minha vida fica colorida e tudo é perfeito.
Já escrevi milhentas mensagens, para te enviar e acabo sempre por desistir, nem sei se esta também, não vai ser escrita em vão.
Tu ensinas-te a voltar a sonhar, lembro-me a última vez que nos encontramos ainda no sonho, abraçaste-me e disseste uma coisa que era eu quem costumava dizer,”Hummmm que saudades, adoro-te” isso aconteceu nos primeiros dias de Fevereiro, fiquei feliz e surpresa. Estava até aí convencida que a tua demonstração de sentimentos eram aquelas pequenas surpresas que me fazias, as pequenas atitudes que mantém qualquer sonho vivo e ouvindo o que ouvi, fizeste-me a maior surpresa de todas, mas depois dessas palavras, que soaram como música aos meus ouvidos e bateram forte em meu coração tudo mudou, as pequenas mensagens que me deixavam de coração acelerado que me faziam subir às nuvens, deixaram de chegar, os teus olhos já não sorriam com a mesma intensidade, o teu sorriso deixou de ter a mesma luz, perguntei várias vezes (as poucas que depois disso consegui te olhar) o que se passava, se estavas bem, mas as tuas respostas evasivas nunca foram esclarecedoras, daí estar a escrever.
Estou seriamente preocupada, será que te arrependeste? Será que já não queres e não sabes como dizer? Será que eu ter feito de conta que estava tudo bem te levou a este tipo de postura? Será que exagerei no excesso de zelo, de não querer te preocupar com perguntas que poderiam ser tontas? Será que te sentiste pouco amado por eu aceitar todos os teus termos e não querer discuti-los? Ou será que te assustaste com a intensidade dos meus sentimentos e entrega? Eu queria muito ser o teu amigo de copos, que para além do que sentia fosse a tua confidente e melhor amiga, mas tenho a sensação que falhei, também nunca tinha vivido uma situação assim, afinal temos alguém mais importante para além de nós.
Não quero sentir que possa estar a forçar situações, daí eu deixar correr e não te escrever, ou evitar ligar e esperar que sejas tu a dizer quando podes estar comigo.
Não seria mais fácil abrir comigo dizeres o que sentes em vez de contares o que fazes?
Não seria uma forma de eu me sentir melhor? Com certeza que sim, acabei por perder um pouco a facilidade de contacto contigo (o medo de perder o sonho é maior que as minhas forças) mas sei que é um erro e estou sim arrependida de eu ser assim.
Só se sente o que se sabe falar. E eu acho que não soube falar, pois tudo isto é uma situação nova para mim. Mas eu gosto, gosto de ti, tenho por ti uma doidice, falo, falo (na tua presença) nem sei o quê, mas gosto, gosto de ti.
Estarei a ser demasiado chata? Estarei a pedir o que não devo? Estarei a ser excessiva de novo? Este medo de te cansar não me larga um minuto. Este tormento de querer está a ser demasiado pesado. Sinto-me mais só que nunca. Antes era uma solidão resignada, agora é dolorosa."

Esta carta foi escrita faz hoje 10 meses, nunca tive coragem de a enviar mas hoje olhando-a e achando-a tão actual decidi colocá-la como encerramento de um ciclo da minha vida, todas as dúvidas continuam por esclarecer, todos os meus sentimentos continuam iguais e talvez mais fortes, esta paixão consumiu tudo em mim, por isso chegou a hora de virar a página, mesmo porque hoje mais madura sentimentalmente, aprendi que o que não nos faz bem, também não tem obrigatoriamente que nos fazer mal, as coisas, os acontecimentos e os factos da vida só têm a importância que lhes queremos dar, e eu aqui, agora e já, abandono o meu caso, a luta acabou, as forças esgotaram-se nada mais tenho que mendigar.
Obrigado por me teres ensinado a sonhar, obrigado por me teres ensinado a despertar.
Nunca te perdoarei a traição, a falsidade, a mentira e muito menos as lágrimas que chorei por ti.
Teria sido tão fácil ser honesto e verdadeiro.

A noite...


A noite chegou
E com ela a escuridão
E o brilho das estrelas.
Surge, então a saudade
Saudade do teu toque,
Do teu olhar intrigante...
E mais uma vez “alimento”
Inconscientemente estes
...Afectos tolos... Inabaláveis...
As noites passam sem te ter aqui
No entanto sinto-te, encontro-te...
E mesmo assim,
É como se só as noites passassem...
Grito o teu nome em silêncio...
Consegues ouvir-me?!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Silêncio...


Já não oiço o pulsar apressado do coração…
agora também ele é sossego,
sinto-o, mas num sentir inquieto
do que não podemos por principio ilustrar.
Silêncio… é o preenchimento de todos
os sons de todas as melodias e movimentos.
È o cansaço dos passos soltos pelas ruas…
das palavras caladas que não se dizem…
dos sentimentos mudos que não falamos.
Silêncio, é a promessa que habita,
é distância que invade,
é aquele rosto que na memória da retina,
relembramos durante todo o dia,
sem que nunca lhe possamos sentir a voz.
Silêncio... são os gritos que trago dentro
e que duram amordaçados,
interinamente cansados,
com vontade de partir.
Silêncio... é esta luz solta e desprendida
que teima em dar cor de tons pastel ás paredes traçadas a bege,
que nem com silêncio se alteram.
Silêncio é o passado…
o futuro,
o presente que não contamos.
São rios,
são os mares,
os cais de saudades de pedra…
é o cheiro de alguém que se entranha em nós.
Silêncio são as sombras…
é esta noite assim,
é o vazio dos poetas perdidos que vagueiam por ai…
é um acorde…
mil silêncios...
porque é silêncio todo o silêncio que faço…
pois o “silêncio é este lugar que há dentro de mim”.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Solidão...


Quero dizer-te uma coisa simples:
a tua ausência dói-me.
Refiro-me a essa dor que não magoa,
que se limita à alma;
mas que não deixa,
por isso,
de deixar alguns sinais
- um peso nos olhos,
no lugar da tua imagem,
e um vazio nas mãos.
Como se as tuas mãos lhes
tivessem roubado o tacto.
São estas as formas do amor,
podia dizer-te;
e acrescentar
que as coisas simples também podem ser complicadas,
quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade.
Porém,
é o sonho que me traz a tua memória;
e a realidade aproxima-me de ti,
agora que os dias correm mais depressa,
e as palavras ficam pressas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de mim
- e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Ah, se estivesses...


Ah, se estivesses aqui neste momento...
Deixaria teus braços enlaçarem meu corpo,
tua boca vir de encontro à minha,
teus olhos me guiarem.

Seria tua da maneira que quisesses,
da maneira que desejasses.

Porque só tu és capaz de fazer sonhar,
tua imagem me enfeitiça.
Sou capaz de ceder à todas as tuas vontades sem questioná-las,
porque perto de ti não sou dona de mim,
sou simplesmente tua.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O espelho...


Olhei no espelho e vi teu rosto
Encarando comigo como nunca
Em cada toque um querer mais
Em cada gesto, um novo desejo
Estranho reflexo qual diamante
Que a tua visão me causou
Ora luminosa, ora brilhante
No teu regresso por um instante
O véu do meu choro te distanciou
Esperei que trouxesses de volta
A luz do meu olhar
Agora seco e iluminado
Reflectindo apenas a minha imagem
Um rosto desesperadamente angustiado
Nesta tarde que se aportou
Por um momento
Pareceu ter tido uma visão
Ou viajado numa maquina do tempo
Ao ver os teus olhos fixos nos meus
Por trás daquele espelho solitário
Reflexo fiel das minhas lágrimas
E dos suspiros inebriados de paixão
Testemunha do rosto triste
Das promessas vãs levadas pelo vento
Esquecidas no tempo
Onde o amor teve um preço
Tu minha doce tentação
Me enlouqueces, me turvas a visão
e escondes de mim por trás do silêncio espesso
Da dor que o espelho não reflecte
Somente a minha alma padece
Mas de forma alguma te esquece.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

SE AMAR ...


Se amar
É sentir a nostalgia
Quando tu não estás.
E vibrar de alegria ao saber que virás
Então... eu amo-te.

Se amar
É esta euforia que não sei definir
Quando teus meigos olhos, fitam os meus,
Se vejo a tua boca para mim sorrir
E intimamente agradeço a Deus
Então... eu amo-te.

Se amar
É tremer de intensa emoção
Quando em tuas mãos tomas as minhas.
E sentir-me feliz tão der repente
Ouvindo a tua foz suave e quente
Então... eu amo-te.

Se amar
É esperar ansiosa cada aurora
Para voltar a ver-te
Sofrer hora a hora
Com medo de te perder
Então... eu amo-te.

Se amar
É esquecer completamente
O que até agora já vi.
Para pensar unicamente
E sempre em ti
Então... eu amo-te.

Se amar
É sentir uma paz maravilhosa
Quando ao pé de ti fico silenciosa.
É sofrer amargurado tormento
Quando ao teu lado sinto fugir o tempo
Então... eu amo-te, meu amor.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Só!!!...


Afinal...aqui estou, só neste muro frente ao mar
onde imaginei que estaria hoje, contigo ao meu lado...
Só... olhando o mar e recordando,
imaginando que estás aqui, como seria suposto estares.
Dizendo e repetindo a mim mesma que tudo está bem,
mas, sei que não está,
sei, sinto bem fundo de mim que não vais estar mais.
Estarei almoçando, só entre tantos casais felizes,
naquele mesmo restaurante à beira mar,
Hoje era suposto ser o dia "x" é o "y" mas...
Peço todos os dias que "Algo" me ajude a entender,
eu já não consigo, afinal que espero eu,
que continuei à espera, e porquê?
A única esperança que tenho agora, é que algum dia
tenhas a decência de me explicar, e eu entenda.
acho que te merecia isso, quanto mais não fosse se sentisses
uma pontinha de amizade, de complacência ou caridade
para que pudesse continuar minha vida, e tirar este turbilhão
esta amalgama de sentimentos que me oprimem, pudesse virar a página.
Porque neste momento eu já não entendo mais nada e não sei o que fazer.

sábado, 13 de janeiro de 2007

S...Pedido


Estou perante a majestuosidade do nada, discutindo contra minhas próprias palavras, nesta tristeza da minha saudade, infinitamente pesada, amargando em minha casa, chorando a tua ausência nestes dias, quem sabe seja absurdo o meu desejo e entre tantas incompreensões, meus olhos só se enevoam no fundo que guarda as coisas que não te pude dizer; as coisas que só pude sentir e se eu pudesse romper as barreiras para chegar a ti, agora que tanto me fazes falta e sinto que te perco, ainda que a minha mente me aconselhe frieza.
Ontem quis dizer que te amava, a minha vontade gritava, a minha ânsia o desabava mas algo me deteve e não soube porquê; escutei em cada batida do coração uma canção e não tenho ninguém a quem dizê-lo hoje, porque só na tua presença está a minha recordação e o açúcar de teus lábios nos meus pensamentos.
Mas sinto saudades tuas ainda que te pareça estranho, cada vez é mais forte as minhas sensações.
Agora tenho medo de continuar a amar-te, porque como isto me nasce eu não sei explicar-te, mas não quero perder-te, se é que em algum momento te tive de verdade.
Agora sei que te quero mais especialmente para mim, e que viver sem ti me custa muito mais trabalho, porque não tenho quem mereça mais os meus lábios que tu, nem minhas carícias, nem sequer as minhas palavras sinceras.
Afastaste-me de ti por medo e por minha desgraça acabei amando-te mais e sem saber o que te posso despertar.
Já se acabou a minha canastra de maçãs para explicar-te a minha maneira de demonstrar-te a paixão do amor a que eu me entrego quem sabe estará demais repeti-lo outra vez, mas de qualquer modo terás de entende-lo, porque não existe ninguém que possa ocupar o teu lugar, o papel que a ti te quero dar.
Sofro mais do que uma dor angustiada e tenho mais medo que um rato assustado, te confesso, este pânico me faz chorar.
Necessito saber se me amas ainda mais e se desta vez saem sobrando palavras, porque quero que me fales com o coração e que nos teus olhos haja paixão.
Se este pedido chegasse a parecer-te demasiado, perdoa-me por te ter dado tudo, perdoa-me se me tiver enganado…

S...Divagação


Descobri-lhe a pouco e pouco os ritmos do corpo, os sons que o faziam estremecer, os pequenos gestos, quase nadas, de onde nasciam os novos mundos que ele me devolvia acrescentados de paisagens em permanente mutação. Sempre virgens. Novas sensações que ele sabia acabadas de nascer do mais profundo de mim, e onde ele se sabia rei e senhor.
Fizemos amor. Todo o amor do mundo. Todo o amor que me transbordava da alma e que nunca encontrara destino; meros fantasmas nos apogeu dos orgasmos. Amámos-nos intensamente uma e outra vez. Os nossos corpos derramando-se em fluidos e gozo. Depois, já em descanso ficámos deitados olhando com deleite a nossa nudez, as nossas coisas que assumiam aos nossos dedos o papel de pequenas brincadeiras:
- "...Tens aqui um sinal meu lindo...e tu. O que é isto? "...-
Beijámos-nos de olhos fechados sentindo novamente todo o corpo em efervescência. E passámos as nossas línguas pelos recantos secretos onde as almas espreitam ao cimo da pele. E rimo-nos... Rimo-nos como se quiséssemos esquecer as lágrimas amargas que choraríamos na hora da despedida e nas semanas de ausência que se seguiriam. Mas nesse instante, nesse mesmo instante em que nos entregávamos, todo o mundo acabava, todo o tempo ficava suspenso até ao momento em que um ponteiro aziágo nos lembrava que o mundo não espera pelos que se atrevem a desafiar e permanecer nos reinos dos Deuses...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

S...Carta


Bom dia, meu amor, é bom acordar e sonhar contigo assim, acordada, à espera que o tempo te traga outra vez para junto de mim, para saber a que saberás tu, sabes sempre de modo diferente…Lembro-me bem do primeiro dia para que me convidaste, lembro-me como se tivesse sido ontem e, no entanto, o tempo desmente-me, o tempo é, na verdade, impiedoso!
Lembro-me na 2ª vez que saímos das tuas mãos suaves a despirem-me o corpo arrepiado, dos teus olhos a imobilizarem-me… Lembro-me da tua respiração nos meus ombros, da tua boca sossegada, sem pressas…Tiraste-me a respiração da minha boca, disseste que querias o meu ar para ti e eu ri-me e chamei-te parvo. Afinal, eu é que era parva, porque tu tiraste-me mesmo a respiração… Quando me mordeste os ombros, quando saboreaste à tua vontade, sem pudor, os meus seios e deles te apropriaste… A tua boca desenhou o meu corpo, a tua língua pintou-o de vermelho e o Céu que tão longe estava, tão perto ficou… A tua voz, mais que aquilo que dizias, trovejava na minha cabeça, lá onde não sabia que havia espaços, ou fosse lá o que fosse que havia, ou fosse lá onde lá fosse que havia…
E o verde dos teus olhos iluminou-me e vi como quiseste cada centímetro de mim, nunca ninguém ficou mais nua que eu, aposto que não… E o meu ventre foi onde aterraste o voo do teu desejo, as curvas do meu corpo que descobriste, os caminhos que eu nem sabia que havia e que tu desbravaste… E quando as tuas mãos prenderam as minhas e os teus dedos se entrelaçaram nos meus e afinal os teus olhos já eram um mar revolto e afinal o céu estava ali… Quando já não sabia de mim e tu quiseste ver o retrato do meu rosto quando foste rio e eu lago onde desaguaste, quando as gaivotas levantaram voo da chaminé, assustadas com as estrelas que o fogo pariu, quando o mundo se resumia a ti, a ti, a ti… Planei contigo por ares desconhecidos, mostraste-me lugares com cores nunca vistas, ouvi canções nunca escritas… E quando me pousaste sobre ti no sofá, quando me devolveste a mim, pintada ainda com o furor do teu olhar verde, inundada de tremores desconhecidos, aquecida por vulcões que inventaste e me devolveste a respiração que era minha, nesse momento soube que viver é ouvir dizer, baixinho, gosto de ti, como tu me disseste nessa e nas outras vezes... Mas ainda assim, obrigado por me teres ensinado a voar! Hoje, choro só comigo, e não digo nada a ninguém. Talvez um dia tu tenhas um daqueles golpes de asa que só vi em ti e me tires dos espaços que afinal para nada servem, dos cantinhos onde afinal só há solidão. Porque eu não consigo, sabes?!

PS: Esta não é a carta que irás receber. Essa, a que vais receber, está já fechada e selada, em cima da mesa, pronta para ir para o correio. Fala-te de coisas mais banais, mas talvez tu consigas ler o que lá escrevi com tinta branca. E fico à tua espera, embora eu saiba que eu sou quem devia interromper a tua espera. Se tu quisesses... (A cama é a mesma, sim.)

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Com um só olhar...


Com só olhar-te nos olhos
Sei que as coisas não vão bem
Queres fugir do seu lado
Sentes-te perdido
E não sabes o que fazer.
Há lágrimas sobre a tua almofada
Se pensas em mim como antes
E sei que pensar te provoca
Se o acaso toca a tua pele com a minha.
E baixas assim o olhar
Sem uma palavra e sem que haja um porquê
E tudo se torna um suplício
Se acaba o feitiço
Ao ires-te outra vez
Não brilham iguais as estrelas
E o mundo gira ao contrário
E continua queimando o desejo
Por um só beijo morres de cede.
Tu, tu sabes que sempre te amarei
E assim como no primeiro dia
Serás na minha vida
O amor que sonhei.
Tu, tu lá onde quer que estejas
Não havia nada que eu não te desse
Se tu me quisesses
Se eu fosse ela.