sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Só!!!...


Afinal...aqui estou, só neste muro frente ao mar
onde imaginei que estaria hoje, contigo ao meu lado...
Só... olhando o mar e recordando,
imaginando que estás aqui, como seria suposto estares.
Dizendo e repetindo a mim mesma que tudo está bem,
mas, sei que não está,
sei, sinto bem fundo de mim que não vais estar mais.
Estarei almoçando, só entre tantos casais felizes,
naquele mesmo restaurante à beira mar,
Hoje era suposto ser o dia "x" é o "y" mas...
Peço todos os dias que "Algo" me ajude a entender,
eu já não consigo, afinal que espero eu,
que continuei à espera, e porquê?
A única esperança que tenho agora, é que algum dia
tenhas a decência de me explicar, e eu entenda.
acho que te merecia isso, quanto mais não fosse se sentisses
uma pontinha de amizade, de complacência ou caridade
para que pudesse continuar minha vida, e tirar este turbilhão
esta amalgama de sentimentos que me oprimem, pudesse virar a página.
Porque neste momento eu já não entendo mais nada e não sei o que fazer.

sábado, 13 de janeiro de 2007

S...Pedido


Estou perante a majestuosidade do nada, discutindo contra minhas próprias palavras, nesta tristeza da minha saudade, infinitamente pesada, amargando em minha casa, chorando a tua ausência nestes dias, quem sabe seja absurdo o meu desejo e entre tantas incompreensões, meus olhos só se enevoam no fundo que guarda as coisas que não te pude dizer; as coisas que só pude sentir e se eu pudesse romper as barreiras para chegar a ti, agora que tanto me fazes falta e sinto que te perco, ainda que a minha mente me aconselhe frieza.
Ontem quis dizer que te amava, a minha vontade gritava, a minha ânsia o desabava mas algo me deteve e não soube porquê; escutei em cada batida do coração uma canção e não tenho ninguém a quem dizê-lo hoje, porque só na tua presença está a minha recordação e o açúcar de teus lábios nos meus pensamentos.
Mas sinto saudades tuas ainda que te pareça estranho, cada vez é mais forte as minhas sensações.
Agora tenho medo de continuar a amar-te, porque como isto me nasce eu não sei explicar-te, mas não quero perder-te, se é que em algum momento te tive de verdade.
Agora sei que te quero mais especialmente para mim, e que viver sem ti me custa muito mais trabalho, porque não tenho quem mereça mais os meus lábios que tu, nem minhas carícias, nem sequer as minhas palavras sinceras.
Afastaste-me de ti por medo e por minha desgraça acabei amando-te mais e sem saber o que te posso despertar.
Já se acabou a minha canastra de maçãs para explicar-te a minha maneira de demonstrar-te a paixão do amor a que eu me entrego quem sabe estará demais repeti-lo outra vez, mas de qualquer modo terás de entende-lo, porque não existe ninguém que possa ocupar o teu lugar, o papel que a ti te quero dar.
Sofro mais do que uma dor angustiada e tenho mais medo que um rato assustado, te confesso, este pânico me faz chorar.
Necessito saber se me amas ainda mais e se desta vez saem sobrando palavras, porque quero que me fales com o coração e que nos teus olhos haja paixão.
Se este pedido chegasse a parecer-te demasiado, perdoa-me por te ter dado tudo, perdoa-me se me tiver enganado…

S...Divagação


Descobri-lhe a pouco e pouco os ritmos do corpo, os sons que o faziam estremecer, os pequenos gestos, quase nadas, de onde nasciam os novos mundos que ele me devolvia acrescentados de paisagens em permanente mutação. Sempre virgens. Novas sensações que ele sabia acabadas de nascer do mais profundo de mim, e onde ele se sabia rei e senhor.
Fizemos amor. Todo o amor do mundo. Todo o amor que me transbordava da alma e que nunca encontrara destino; meros fantasmas nos apogeu dos orgasmos. Amámos-nos intensamente uma e outra vez. Os nossos corpos derramando-se em fluidos e gozo. Depois, já em descanso ficámos deitados olhando com deleite a nossa nudez, as nossas coisas que assumiam aos nossos dedos o papel de pequenas brincadeiras:
- "...Tens aqui um sinal meu lindo...e tu. O que é isto? "...-
Beijámos-nos de olhos fechados sentindo novamente todo o corpo em efervescência. E passámos as nossas línguas pelos recantos secretos onde as almas espreitam ao cimo da pele. E rimo-nos... Rimo-nos como se quiséssemos esquecer as lágrimas amargas que choraríamos na hora da despedida e nas semanas de ausência que se seguiriam. Mas nesse instante, nesse mesmo instante em que nos entregávamos, todo o mundo acabava, todo o tempo ficava suspenso até ao momento em que um ponteiro aziágo nos lembrava que o mundo não espera pelos que se atrevem a desafiar e permanecer nos reinos dos Deuses...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

S...Carta


Bom dia, meu amor, é bom acordar e sonhar contigo assim, acordada, à espera que o tempo te traga outra vez para junto de mim, para saber a que saberás tu, sabes sempre de modo diferente…Lembro-me bem do primeiro dia para que me convidaste, lembro-me como se tivesse sido ontem e, no entanto, o tempo desmente-me, o tempo é, na verdade, impiedoso!
Lembro-me na 2ª vez que saímos das tuas mãos suaves a despirem-me o corpo arrepiado, dos teus olhos a imobilizarem-me… Lembro-me da tua respiração nos meus ombros, da tua boca sossegada, sem pressas…Tiraste-me a respiração da minha boca, disseste que querias o meu ar para ti e eu ri-me e chamei-te parvo. Afinal, eu é que era parva, porque tu tiraste-me mesmo a respiração… Quando me mordeste os ombros, quando saboreaste à tua vontade, sem pudor, os meus seios e deles te apropriaste… A tua boca desenhou o meu corpo, a tua língua pintou-o de vermelho e o Céu que tão longe estava, tão perto ficou… A tua voz, mais que aquilo que dizias, trovejava na minha cabeça, lá onde não sabia que havia espaços, ou fosse lá o que fosse que havia, ou fosse lá onde lá fosse que havia…
E o verde dos teus olhos iluminou-me e vi como quiseste cada centímetro de mim, nunca ninguém ficou mais nua que eu, aposto que não… E o meu ventre foi onde aterraste o voo do teu desejo, as curvas do meu corpo que descobriste, os caminhos que eu nem sabia que havia e que tu desbravaste… E quando as tuas mãos prenderam as minhas e os teus dedos se entrelaçaram nos meus e afinal os teus olhos já eram um mar revolto e afinal o céu estava ali… Quando já não sabia de mim e tu quiseste ver o retrato do meu rosto quando foste rio e eu lago onde desaguaste, quando as gaivotas levantaram voo da chaminé, assustadas com as estrelas que o fogo pariu, quando o mundo se resumia a ti, a ti, a ti… Planei contigo por ares desconhecidos, mostraste-me lugares com cores nunca vistas, ouvi canções nunca escritas… E quando me pousaste sobre ti no sofá, quando me devolveste a mim, pintada ainda com o furor do teu olhar verde, inundada de tremores desconhecidos, aquecida por vulcões que inventaste e me devolveste a respiração que era minha, nesse momento soube que viver é ouvir dizer, baixinho, gosto de ti, como tu me disseste nessa e nas outras vezes... Mas ainda assim, obrigado por me teres ensinado a voar! Hoje, choro só comigo, e não digo nada a ninguém. Talvez um dia tu tenhas um daqueles golpes de asa que só vi em ti e me tires dos espaços que afinal para nada servem, dos cantinhos onde afinal só há solidão. Porque eu não consigo, sabes?!

PS: Esta não é a carta que irás receber. Essa, a que vais receber, está já fechada e selada, em cima da mesa, pronta para ir para o correio. Fala-te de coisas mais banais, mas talvez tu consigas ler o que lá escrevi com tinta branca. E fico à tua espera, embora eu saiba que eu sou quem devia interromper a tua espera. Se tu quisesses... (A cama é a mesma, sim.)

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Com um só olhar...


Com só olhar-te nos olhos
Sei que as coisas não vão bem
Queres fugir do seu lado
Sentes-te perdido
E não sabes o que fazer.
Há lágrimas sobre a tua almofada
Se pensas em mim como antes
E sei que pensar te provoca
Se o acaso toca a tua pele com a minha.
E baixas assim o olhar
Sem uma palavra e sem que haja um porquê
E tudo se torna um suplício
Se acaba o feitiço
Ao ires-te outra vez
Não brilham iguais as estrelas
E o mundo gira ao contrário
E continua queimando o desejo
Por um só beijo morres de cede.
Tu, tu sabes que sempre te amarei
E assim como no primeiro dia
Serás na minha vida
O amor que sonhei.
Tu, tu lá onde quer que estejas
Não havia nada que eu não te desse
Se tu me quisesses
Se eu fosse ela.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

No Ano que passou


No Ano que passou:

Aprendi que, por pior que seja um problema ou situação, sempre existe uma saída.

Aprendi que é tonto fugir das dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.

Aprendi que perdemos tempo nos preocupando com factos que muitas vezes só existem na nossa mente.

Aprendi que é necessário um dia de chuva para darmos valor ao Sol, mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima.

Aprendi que heróis não são aqueles que realizam obras notáveis, mas os que fizeram o que foi necessário e assumiram as consequências dos seus actos.

Aprendi que, não importa em quantos pedaços nosso coração está partido, o mundo não pára para que nós o concertemos.

Aprendi que, ao invés de ficar esperando alguém nos trazer flores, é melhor plantar um jardim.

Aprendi que amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de nos fazer felizes. Cabe a nós a tarefa de apostar nos nossos talentos e realizar os nossos sonhos.

Aprendi que o que faz diferença não é o que temos na vida, mas QUEM nós temos. E que boa família são os amigos que escolhemos.

Aprendi que as pessoas mais queridas podem às vezes nos ferir. E talvez não nos amem tanto quanto nós gostaríamos, o que não significa que não amem muito, talvez seja o máximo que conseguem. Isso é o mais importante.

Aprendi que toda mudança inicia um ciclo de construção, se não esqueceremos de deixar a porta aberta.

Aprendi que o tempo é precioso e não volta atrás. Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro. O nosso futuro ainda está por vir.

Então aprendi que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.

Desejo a todos o melhor dos Anos com tudo o que desejam.