quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ai Amor!...

Ai Amor!... Como odeio amar-te, meu Amor!...
Liberta a minha alma,
Diz o que preciso ouvir.
O tempo é impiedoso,
Deixa-me voar por esses ares desconhecidos,
Descansar nas nuvens da paz
Deixa que alivie a minha dor
nesses espaços etéreos
cobertos de chuvas de ouro
"diz que não me queres, Amor"
liberta o meu coração
Olha nos meus olhos e manda-me voar.
Deixa me sentir a grandeza da águia.
Deixa me construir a minha muralha de ouro.
Deixa me ir Amor, deixa me ir,
que o tempo já pesa nas minhas costas,
desamarra as minhas asas.
Não deixes que me definhe
que me perca neste breu
em que voluntariamente me colocaste.
"diz que não me queres, Amor"
E eu serei livre.
Ai Amor!...Como odeio amar-te, meu Amor!...

Tenho uma vida...

Tenho uma vida vazia á tua vida direccionada...
E se te tivesse assim,
Tão perto como te quero ter,
O planeta completo
Não seria suficiente para albergar
Minha ventura,
Meu riso,
Minha emoção,
Meu canto...
E este sentir profundo que se expande
Ante o mundo de contornos desconhecidos
Que foram abençoados,
Porque na tua alma
Possuis deles o espaço.
Se não estivesses assim,
Tão longe como a meu pesar te tenho,
Recuperar a razão quem sabe me fosse impossível,
Se logo de beijar teus lábios,
Escutei em teu coração
Os descabidos latidos sensíveis a esta paixão
Que já toca a beira do abismo da loucura.
Nem quero imaginar aonde iria minha candura
Se tuas mãos me tocassem...
Se assim mesmo acariciassem meus lábios teus olhos
E a emoção da entrega
Sem piedade nos envolveria entre caricias,
Abraços e beijos sem a sombra da culpabilidade.
Não haveria felicidade mais completa na minha vida,
Que saber que se realizava este ciclo que em nós
Parou num momento a meias,
E perdida a esperança nos convertemos em loucos...
Não só seria o mundo insuficiente e pequeno
Para entender a felicidade do meu pobre coração,
Se não que todo este amor transbordado, inundaria
Cada canto,
Cada esquina,
Com a imedível alegria de reafirmar fortalezas,
No acto do perdão.
Tenho uma vida vazia á tua vida direccionada...
O bem querer-te...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Que difícil...


Escuto esta triste melodia.
Um par de lágrimas caem sobre o meu regaço,
onde mantive a tua foto apertada entre minhas mãos,
como se evadir-se fosse a vontade de sua imagem
e aparecer uma simples folha branca de papel
onde uma pluma insiste em derramar tristes histórias.
As cortinas da minha janela ondulam, com uma sinuosidade simples
se abrem e manifesta-se o dia chegando ao seu fim.
Baixo o meu olhar, pois o brilho do sol
escondendo-se por detrás das montanhas fere os meu olhos.
Enquanto isso olho, meus pés se escondem na penumbra.
Vejo a rosa vermelha pintada no chão,
a deixas-te cair antes da tua partida.
Uma rosa que em teus lábios secou...murchou.
Se desfez de suas pétalas,
que a marcaram para sempre com uma amargura constante.
Resgatei-a dessa escuridão,
aprisionei-a contra ao meu peito,
e um pico nele se cravou.
Clara e frágil caía uma gota,
revestida de vermelho intenso e cálido.
Deslizou com suavidade por mim,
como imaginando tua pele percorrendo a minha.
Mas a recordação da tua traição quer dominar-me outra vez.
Só me resta repousar em meus pensamentos profundos,
descansar neles, é aí onde tu estás...
Que difícil é esquecer-te.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Chama-me "vida", amor!

Chama-me "vida" que eu estremeço.
-
Minha boca toma ar ás goladas,
minha pele arrepia-se tremente
e floresce no meu peito emocionado.
-
Chama-me "vida".
-
Sabes a ternura que me inspiras
só de escutar de ti essa palavra!
No meu coração cresceria a tua presença,
me nasceriam asas!
-
Chama-me "vida"!
-
Ai, amor!
Se estivesses hoje comigo,
que coisas teria para dar-te!
Minha pele te chama aos gritos
e minhas mãos não se cansam de procurar-te
nesta saudade em que morremos,
-
Chama-me "vida", amor
e meu corpo colapsa dividido.
-
Reconstrói-me, amor!
Chama-me de novo!
Toma meus pedaços em tuas mãos
e encosta-me ao bater do teu peito...
que seu pulsar encha os espaços!
-
Chama-me "vida"!
-
Dá-me as emoções, os suspiros...
desfrutemos hoje que estamos vivos,
faz-me querer que há esperança.
Me chamas "vida" e me renasces...
me enches a alma de sentimentos.
Se sorrisos nervosos,
e a pena dilata minhas paixões.
Vão-se as tristezas,
a alma se enche de subtilezas,
desaguem por ti minhas emoções.
-
Chama-me "vida", amor!
-
Chama-me vida!

Olha-me amor...

Olha-me amor, que tenho todas as cores
da aurora para dar-te.
Deleita-te com o reflexo tíbio do sol
que brilha no meu sorriso quieto
sobre as tuas intranquilas água
se procura a húmida frescura
da brisa entre os meus peitos.

Não me sonhes perfeita, nem bela, nem tua;
só aceita-me plena, transparente, sincera
e desfaz as correntes
que protegem as minhas costas.
Enveste-me implacável!

Olha-me amor,
que as gotas de suor
no meu cabelo ao vento
esperam que as bebas antes de evaporar-se
e os prismas que reflectem
amanhã não brilharão igual.
Não imagines meus olhos, minhas mãos, meu corpo...
não quero que te doa o desencanto.

Olha-me amor, eterniza-me, retém-me, vive-me...
faz teus, meus sabores
e que te alimente a ambrósia dos meus meles.
Invade meus espaços, redescobre,
reconquista... inunda!
Edifica teu castelo no topo mais alto
e afunda no abismo mais profundo.

Depois de fazer amor,
beija-me os olhos, o rosto
e deixa-me ser quem enche de prazer teus espaços
vivendo a profundidade dos teus mistérios.
Olha-me amor, que cada manhã
sou uma nova criatura para ti...
-
Apaixonada!


Desespero...

Com o rosto deformado,
pelo pranto, perdido,
tentando encontrar-se
com as mãos fechadas
apertadas ao peito
tremendo á caída...
tremendo como folha
de algum recente outono.

Olhos desorbitados
com instinto de medo.
Ruído ensurdecedor
e calor asfixiante
em ambientes carregados;
apagados,
hirtos...nos rostos, estranho!

Os lábios entreabertos
movendo-se nervosos
tentando aspirar
ares contaminados,
como asas de pomba
que se abrem ao voo
buscando libertar-se
em espaços fechados.

Amarrado de forma
que anula o movimento,
obrigado a ficar-se
quando se deseja partir.
Á chegado em mau tempos
em direito sequer
a pensar com sonhar...
...que poderia dizer.

Sonhos...

Não me abandonem
sonhos.
Fundam-se
nos astros
permaneçam
á beira do abismo.
Nas gotas do suor
justifiquem-me.
Não se escondam
contrastes
manhãs
sempre regressos.