sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Consciencialização...

Se olhas o espaço que delineia o teu contorno
só verás as coisas que estão todos os dias.
As paredes que têm as janelas tão quietas
que nunca tentaram mudar-se de lugar,
e as portas iguais, com as mesmas almofadas,
que abrem sobre o mesmo lado com o mesmo barulho
de humidade que amolece o metal já corroído.
Os cantos gastos pelo tempo se enchem
de manchas de fluidos atirados da cama
e as cortinas que nunca se movem por si mesmas.
Sempre se vê o mesmo nas coisas queridas
e a ilusão ingénua de encontrar algo novo,
nos embrutece o juízo, nos tira a energia...
E para completar está esse velho espelho
que repete a imagem deprimente de tudo
o que sempre se encontra, ainda que o procuremos.
Consciencializarmos-nos do jogo do reflexo constante
de que fizemos uma vida que morre
rotineira e perdida, é assumir que somos
tão donos como escravos do que construímos,
Ganhámos ou perdemos
O circulo viciosos de herdar as ideias
limitou os espaços ao seu real crescimento
e cada novo homem parece cruel reflexo da pior qualidade
e o espaço tão cheio que conforma o contorno,
finalmente resulta nessa jaula oxidada vestida de castelo
que guarda na mesma as coisas queridas
que já não nos serve
me tentando esconder as nossas realidades
constantemente erramos procurando as respostas
onde não encontraremos jamais uma verdade.

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